A Associação Educadora São Carlos (Aesc) anunciou, nesta quinta-feira (24), o projeto de expansão e modernização do Hospital Mãe de Deus, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. Entidade filantrópica mantenedora do hospital, a associação prevê investimento total de R$ 144 milhões. A intenção é garantir toda a obra com recursos próprios, mas está em estudo a possibilidade de compor o valor com financiamentos.
Dividida em quatro fases, a ampliação do Mãe de Deus deve aumentar em 30% a capacidade de atendimento, atraindo pacientes de todo o Sul do Brasil – seguindo na linha de atendimento particular e convênios, sem vagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Especialidades como cardiologia, traumatologia e ortopedia, neurologia, oncologia e cirurgia serão algumas das principais áreas contempladas no processo de ampliação do complexo.
O início dos trabalhos está previsto para o segundo semestre de 2019, mas a data ainda pode sofrer alteração. Isso porque, a partir de agora, os estudos e documentos necessários serão enviados aos órgãos públicos responsáveis por liberar as obras. Seguindo-se esse calendário, a conclusão da expansão deve ficar em 2024. O atendimento ao público, no entanto, será iniciado gradualmente, na medida em que as etapas forem concluídas – a primeira prevista para 2021.
– Com a ampliação, prevemos sair de 380 leitos para até 500. Teremos uma flexibilidade nisso. E a ampliação está projetada em etapas para garantir o conforto nos atendimentos, que seguem normalmente no hospital, mesmo com os trabalhos em andamento – diz o superintendente-executivo do Hospital Mãe de Deus, Fábio Fraga.
Etapas do projeto e criação de empregos
A primeira etapa da expansão, orçada em R$ 41 milhões, consistirá na criação de dois novos prédios, ampliação da emergência e centro de radioterapia. Essa etapa permitirá a criação de 105 novos leitos de internação e 20 leitos do hospital dia – para casos de baixa complexidade –, consultórios e novos acessos para internações. Nesta etapa, 20 novos leitos de Centro de Tratamento e Terapia (CTI) Neonatal acompanharão a expansão do Centro Obstétrico, que ganhará novas salas de parto humanizado e cirúrgicos.
O novo prédio ainda contará com heliponto, importante recurso para atender pacientes de regiões distantes e no transporte de órgãos para transplante, entre outras demandas. São previstos 24 meses para a conclusão desta etapa.
A segunda fase prevê novo prédio na Rua Grão Pará, voltado para serviços de imagem e diagnósticos, que receberão recursos em tecnologia. Esta área contará com acesso facilitado para pacientes eletivos (não internados) e comunicação com todo corpo do hospital. A etapa seguinte inclui novo Centro Cirúrgico, com 20 salas operatórias e 40 leitos de recuperação, além de nova CTI adulta com 60 leitos – em mais um edifício que será construído, com acesso pela Rua Costa. A quarta e última etapa será a reforma da Torre Alfa, com a modernização dos quartos de internação, que terão os espaços ampliados, novos banheiros e acessibilidade.
– Em 2017, construímos uma estrutura administrativa para atender as unidades da organização, entregamos o Hospital Santa Ana (que atende 100% SUS) e os Caps (Centros de Atendimento Psicossocial) e readequamos setores dos hospitais no litoral. A partir de agora, investiremos prioritariamente no Hospital Mãe de Deus, trazendo uma medicina moderna com conforto – conta o superintendente-geral da Aesc, Fernando Barreto.
Não se tem ainda estimativa de geração de empregos durante as obras – o projeto é assinado pela Emed Arquitetura Hospitalar, escritório paulista com experiência no setor. Mas o crescimento de estrutura permitirá, ao longo dos próximos cinco anos, a criação de mil empregos, tanto na área da saúde quanto fora dela – administrativa e para atendimento nas recepções.
Investimento em novo Caps
Junto com o projeto de ampliação, a Aesc prevê reforçar a parceria com a prefeitura de Porto Alegre para lançar um novo Caps no centro da Capital. A estrutura será voltada ao atendimento de pacientes dependentes químicos, unindo-se às outras três unidades gerenciadas pela associação.
– Ao mesmo tempo em que investe na saúde privada, a Aesc reforça o seu comprometimento com a saúde pública. Por isso, mais do que oferecer novas estruturas, nos empenhamos em promover acesso a serviços de qualidade para a população – reforça Barreto.