A nutricionista aposentada Alice Camargo, 72 anos, dá uma pista de como avalia o que coloca no prato:
— Quanto mais cascas e grãos eu vejo na lixeira de casa, melhor. Além da alimentação equilibrada, ela preza por uma boa hidratação, pela qualidade do sono e das relações afetivas — além dos exercícios. A nutricionista não para: faz dança, hidroginástica e pilates. Algumas das atividades ela pratica na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (Esefid) da UFRGS, parte do Centro de Estudos de Lazer e Atividade Física do Idoso (Celari).
— Sempre gostei de atividade física. Por ser alta, jogava vôlei em Uruguaiana. Tudo o que a escola oferecia eu fazia. Cresci gostando de exercícios — relembra.
Assim como a maioria das pessoas, que pausa as atividades físicas por volta dos 20 anos em função das atividades relacionadas a estudos e trabalho, Alice deu um tempo nos exercícios naquela época, quando se mudou para Porto Alegre. Depois, voltou com tudo até precisar parar, mais uma vez, por conta de uma gestação. Após o nascimento da filha, não parou mais e, hoje, se orgulha da apresentação de dança da qual participou no ano passado.
Dividindo a sala de exercícios com Alice, Maria do Carmo Feijó Soares, 83 anos, e Necir Loreto, 66, completam a risca cada etapa do treinamento oferecido no Celari. Levantando halteres, trabalhando o equilíbrio, simulando subidas e descidas de escadas, elas mexem o corpo e afastam o mal-estar.
— Não durmo se não faço exercício — diz Necir, que, além de musculação, faz hidroginástica e dança e segue uma dieta vegetariana para acompanhar a filha.
De um lado para o outro da sala, Maria do Carmo inicia as atividades antes mesmo do aviso sonoro sinalizar que é preciso começar as atividades. Extremamente ativa, a aposentada pratica exercícios há sete anos aproveita tudo o que a Escola da UFGRS oferece.
— Minha saúde sempre foi boa, me sinto muito bem me exercitando. Criei e casei meus filhos e, agora, estou cuidando de mim — comemora a idosa que pinta e borda, literalmente, e, na televisão, prefere futebol a novela.
Para a médica geriatra Carla Schwanke, o grande segredo para minimizar os efeitos do tempo é o que chama de envelhecimento ativo, que engloba todas as perspectivas da vida: física, social, espiritual e mental.