Até o fim da campanha de vacinação, a Secretaria Estadual de Saúde espera vacinar quase 500 mil crianças de um a cinco anos de idade contra o sarampo no Rio Grande do Sul. No total, são 520 mil pessoas incluídas no público-alvo, e a meta é vacinar 95% delas. A campanha ocorre entre 6 e 31 de agosto — no entanto, as doses estão disponíveis nos postos de saúde durante o ano todo, inclusive para adultos.
O número de casos confirmados de sarampo subiu para 13 na última semana no Rio Grande do Sul: foram oito em Porto Alegre, dois em Alvorada e um em Viamão, um em São Luiz Gonzaga e um em Vacaria. O aparecimento de casos no Estado, que é considerado livre da doença desde 2016, já é considerado surto pela Secretaria da Saúde. O órgão afirma, no entanto, que todos os registros são importados ou associados à importação, o que significa que a doença não foi contraída em solo gaúcho.
A vacina contra o sarampo precisa ser aplicada em todas as crianças em duas doses: a primeira aos 12 meses, com a tríplice viral (que protege também contra a rubéola e contra a caxumba), e a segunda aos 15 meses, com a tetra viral (que adiciona a proteção contra a varicela). Os adultos que não tiverem certeza se foram ou não vacinados podem se imunizar novamente – a única contraindicação é para gestantes ou para quem é alérgico a algum componente da vacina.
O Estado só perde a certificação de livre da doença se o vírus permanecer circulando durante um ano com o mesmo genótipo. A secretaria trabalha com duas estratégias para manter o RS sem circulação do vírus: vacinar a população e manter em alerta tanto os moradores quanto os funcionários da área da saúde.
— O sarampo é extremamente contagioso, é transmitido de forma respiratória. Não é necessário contato íntimo e prolongado como outras doenças. Aqui já estamos vivendo um surto. É claro que é diferente do Norte do país, mas preocupa. Se a gente continuar baixando a cobertura vacinal, podem voltar também outras doenças. A cada ano que a gente não atinge, são criados bolsões de pessoas suscetíveis à doença, e de repente entra um vírus e ninguém está protegido — alerta Juliana Dourado Patzer, técnica da Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde.
Vacinação
O ano de 2017 fechou com 83% de cobertura vacinal no Rio Grande do Sul, sendo que o ideal é que o percentual seja de 95%. O número vem oscilando abaixo do indicado nos últimos anos. O ano de 2014 foi o último em que se chegou a 100%. Em 2015, foram 87%, e em 2016, 90%.
Em Porto Alegre, dados do sistema de informações do Programa Nacional de Imunizações apontam que, até junho de 2018, a cobertura vacinal estava em 80% - contra 73,7% em 2017. O ano de 2017 somou, no total, 71,3%. Em 2016, foram 63,8% e, em 2015, 64,98%.
No Brasil, há surtos de sarampo em Roraima e no Amazonas, com mais de 600 casos confirmados. Os sintomas do sarampo são febre extrema, manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite. Quem apresentar esses sintomas deve procurar atendimento médico.