Ela não tem dia nem hora exata para chegar, mas dá alguns avisos de que está batendo à porta. A menopausa, que é o fim da fase reprodutiva da mulher, pode ser acompanhada de sintomas bastante característicos e, muitas vezes, desagradáveis: é o chamado climatério.
Fogachos (calorões e rubor facial), insônia, depressão, dificuldade de controlar o peso e perda de libido são alguns desses incômodos sinais que acabam levando a mulheres entre os 45 e 55 anos ao consultório médico.
— Sempre falo que o mais importante é ter controle dos hábitos. A grande sacada é cuidar da alimentação e praticar exercícios físicos. Reposição hormonal é a cereja do bolo — diz a médica especialista em ginecologia e obstetrícia Korine Camargo Ingracio.
A queda da produção hormonal vem acompanhada de outras consequências: redução do metabolismo, ganho de peso e, principalmente, acúmulo de gordura na região abdominal. Logo, é fundamental restringir o consumo de carboidratos refinados — arroz e farinhas brancas — e doces. Os industrializados também devem ser consumidos com moderação. Além disso, a regrinha de comer a cada três horas também é válida, pois, além de auxiliar no controle de ingestão alimentar, pode amenizar os sintomas emocionais.
— Além dos calorões, as mulheres têm alterações de humor. Intervalos prolongados entre as refeições podem aumentar a ansiedade e, consequentemente, a tendência de comer mais — explica a nutricionista Paula de Oliveira, do Hospital Moinhos de Vento.
E se as garfadas podem ajudar, por que não investir em alimentos que podem diminuir esses sintomas e ainda prevenir problemas como osteopenia e osteoporose? Confira alguns alimentos importantes nesse período.
Ômega-3
A médica Korine Camargo Ingracio diz que esse ácido graxo é um grande aliado contra esses sintomas desagradáveis. Pode-se encontrá-lo em peixes como sardinha e salmão ou ainda lançar mão de suplementos sob orientação médica.
Proteínas
Leite, ovos e carnes magras contribuem para conter a perda de músculos. E ter menos músculos significa um metabolismo mais lento, com capacidade menor de queimar gordura.
Cálcio
Presente nos folhosos verdes e laticínios, esse mineral é extremamente importante para prevenir a osteoporose, especialmente quando associado à prática de exercícios físicos.
— Embora esteja presente nos vegetais verde escuros, a absorção sempre será maior nos alimentos de origem animal. Leite e derivados podem ser consumidos mesmo por pacientes com intolerância. Nesse caso, utiliza-se os sem lactose — destaca a nutricionista Paula de Oliveira.
Soja
Como o grão tem uma substância parecida com o estrogênio, hormônio perdido com a menopausa, o seu consumo acaba "enganando" o organismo, que entende que o tal hormônio ainda não está em falta. Dá para acrescentar a versão em pó (extrato), leite, iogurtes e o próprio grão, garante Paula:
— É importante colocá-los de molho para que soltem uma película que aumenta a biodisponibilidade nutricional. Depois, é só prepará-los em saladas, por exemplo.
Korine acrescenta que uma das apresentações com melhor absorção de nutrientes é a fermentada, que pode ser encontrada no tofu.
Oleaginosas e sementes
Chia, linhaça e oleaginosas, como castanhas, contribuem para uma melhor lubrificação vaginal, que fica ressecada nesse período.
— Vemos melhora de verdade — garante a médica.
Abacate
Rico em ômega 9, ele ajuda a reduzir o colesterol e os fogachos, segundo Korine. A fruta ainda reduz a absorção dos carboidratos.
Chocolate
Pequenas porções das versões com 70% ou mais de cacau podem ser uma boa saída para driblar a vontade de comer doce.
— Quanto mais amargo, mais saudável. E tem a vantagem que se come menos — avalia Paula.
Água
Paula orienta as mulheres a ingerirem bastante líquido para auxiliar na hidratação do organismo de uma forma geral.