Muitos podem ser os sintomas indesejáveis quando as mulheres entram na menopausa. Com a diminuição dos hormônios estrogênio e progesterona nesta fase de transição, surgem as ondas de calor, alterações no humor, na pele e nos cabelos, redução da libido, entre outras mudanças desconfortáveis que podem afetar a qualidade de vida da mulher.
Manter uma alimentação balanceada, atividade física regular e hábitos saudáveis são aliados importantes que ajudam, e muito, a minimizar os sintomas desagradáveis desta fase, segundo o ginecologista Nilson Roberto de Melo.
Entretanto, algumas vezes essas atitudes não são suficientes. Nestes casos, o tratamento à base de hormônios também pode ser necessário como forma de ajudar a mulher a enfrentar com mais saúde o período da menopausa, que deve ser encarado com naturalidade. Apesar da possibilidade de benefícios, esse tipo de tratamento ainda gera dúvidas.
A reposição reduz os incômodos provocados pela diminuição hormonal e, ainda, previne doenças como a osteoporose. Nos cinco primeiros anos após a menopausa, há uma queda mais acelerada na quantidade de massa óssea, podendo esta perda ficar entre 5% e 25%. O tratamento ajuda a frear esse quadro. Existem ainda estudos que indicam que a terapia hormonal pode colaborar na diminuição do risco de desenvolver a doença de Alzheimer em cerca de 40%.
- Contudo, para o tratamento ter um bom resultado, ele deve ser realizado no momento correto. A reposição deve acontecer entre seis a oito anos após o início da menopausa. É importante ressaltar que uma análise individual é fundamental para indicar o melhor caminho- afirmao médico.
Avaliar caso a caso também é o que recomenda o cardiologista e professor da USP Otavio Gebara. Um tratamento bem indicado pode resultar em efeitos benéficos e um especialista pode ajudar a mulher nesta decisão.
-É muito importante que as mulheres saibam que a menopausa aumenta os riscos cardiovasculares. Muitas temem pelo câncer de mama, mas desconhecem que também podem estar sujeitas a sofrer um infarto ou um acidente vascular cerebral- alerta Gebara.
A deficiência hormonal afeta o sistema cardiovascular porque o estrógeno atua na proteção do coração e no tecido gorduroso. Para os médicos, algumas mudanças no estilo de vida ajudam não apenas a controlar os sintomas da menopausa, como também a afastar os riscos cardiovasculares. Estão nesta lista: evitar o tabagismo e o abuso do álcool, aumentar o consumo de fibras e cálcio, evitar o sal em excesso e realizar atividades físicas.
Para os casos em que a reposição hormonal seja necessária, a paciente pode fazer por meio de terapias naturais (extraídas de substâncias animais) ou sintéticas (produzidas em laboratórios, a partir de substâncias químicas que "imitam" os hormônios naturais).
De acordo com os especialistas, os casos em que a terapia hormonal não é indicada são aqueles em quem a paciente sofra de um câncer de mama, quadro de trombose, doenças cardíacas prévias e doenças do fígado. Por isso, a análise individual é tão importante para esta avaliação.