Em entrevista na manhã desta quinta-feira (6) ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil, empresa que administra o Salgado Filho, comentou a respeito da situação do aeroporto, que ficou praticamente 30 dias com a pista e todo o terminal de passageiros tomados pela água após a enchente que atingiu a Capital.
Em vistoria realizada na segunda-feira (3), a Fraport apresentou o prazo de reabertura do terminal. Segundo a empresa, a ideia é reabrir o aeroporto funcionando de forma parcial a partir da segunda quinzena de dezembro.
— — Nosso interesse é colocar em operação o mais rápido possível. A data de dezembro é uma aproximação, pois precisamos conduzir vistorias intensivas na pista para entender os danos e saber quais os reparos necessários. Faremos um escaneamento para avaliar se há água infiltrada, por exemplo. Em outro momento, retiraremos trechos para uma análise detalhada dos componentes —explicou.
A CEO da Fraport informou ainda que será necessária a realização de um estudo para testar a resistência do asfalto da pista, atingido pela elevação do nível da água na Capital. Segundo a coluna de GZH, somente em equipamentos, a Fraport deverá gastar R$ 45 milhões.
— Nossa premissa é que teremos que refazer a sub-base (pista), que é de cimento, e o asfalto (60 cm), sem falar na estrutura que fica por baixo. Poderíamos demolir e reconstruir tudo agora, mas sem uma avaliação, isso poderia gerar gastos desnecessários — completou.
Andreea mencionou que o seguro do aeroporto não cobrirá todo o valor que será gasto na recuperação do Salgado Filho.
— Temos um seguro de R$ 2 bilhões para danos materiais gerais. Nenhum seguro cobre todo o ativo em caso de enchente. Entendemos que será preciso R$ 1 bilhão para reerguer o aeroporto.
Sobre o período sem funcionar, Andreea Pal ressaltou que a situação é muito difícil e que estão fazendo de tudo, sem abrir mão da segurança, em agilizar a reabertura.
Para reduzir custos, a CEO da empresa informou que o planejamento atual é trocar somente os equipamentos que ficaram submersos ou que foram totalmente danificados.
— Precisamos testá-los. Ainda não temos energia elétrica e a iluminação da pista para identificar o que precisará ser trocado.
Sobre o alagamento na região do Salgado Filho, Andreea comentou que, em 2018, quando a empresa assumiu o aeroporto foi realizado um investimento de R$ 160 milhões na drenagem de bacias hidrográficas próximas ao terminal.
— O aeroporto fica entre o rio e a cidade. Foi quando estourou o dique da Avenida Sertório que a água entrou. Sobrecarregou o nosso sistema.