Quando reabrir as portas, o aeroporto Salgado Filho estará diferente. O terminal que recebeu 189 voos de partidas e chegadas em 2 de maio - um dia antes da suspensão das atividades -, vai demorar para voltar a atingir essa marca.
Na segunda quinzena de dezembro, somente parte da pista deverá estar liberada para aeronaves menores. Voos internacionais não deverão desembarcar em Porto Alegre num primeiro momento.
Também é possível que o andar térreo siga fechado. Essa foi a parte do terminal mais afetada pela inundação. O desembarque de passageiros poderá ser acomodado no segundo piso.
As avaliações feitas, porém, ainda dependem da análise mais apurada do solo. Uma empresa foi contratada pela Fraport e deve apresentar os resultados até o fim de julho.
Somente ao final deste prazo, a administradora do Salgado Filho terá condições para informar quando o aeroporto, enfim, será reaberto. Há até uma possibilidade de se antecipar os prognósticos.
O que já se sabe é que haverá necessidade de se fazer reparos na pista. Também será necessário trocar os equipamentos de navegação aérea da Aeronáutica.
— Pode ser antecipado, mas dependerá de todos os envolvidos. Além da Fraport, depende do governo, temos a FAB (Força Aérea Brasileira), temos que comprar equipamentos, importação de peças. Se conseguirmos tudo e o impacto na pista for menor do que estamos considerando, pode ser (antecipado), mas não temos como garantir que isso aconteça — informa o vice-presidente de operações da Fraport, Edgar Nogueira.
A Fraport busca um crédito ainda da época da pandemia para poder se capitalizar. O montante gira em torno de R$ 290 milhões. Além disso, haverá a necessidade de se buscar um reequilíbrio prevendo os novos investimentos que não estavam previstos em contrato.
— Os prejuízos são milionários. Todo pavimento térreo foi tomado, o que impactou toda a parte elétrica, de elevadores, esteiras, escada rolante, equipamentos de raio X. Mas ainda não temos um número fechado — informa o vice-presidente de operações da Fraport, Edgar Nogueira.
Arrozeiros
Ao longo de nove dias, 10 bombas de arrozeiros foram usadas para escoar a água do aeroporto. A drenagem era feita em direção ao Arroio Areia, que passa por baixo da pista do aeroporto e desemboca no Rio Gravataí, onde uma bomba de sucção da Sabesp também está atuando. O procedimento foi acompanhado pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) para que a água retirada não alagasse outra região.
A Fraport justifica que não atuou na drenagem porque suas bombas ficaram submersas. Ela informou que pretendia acionar geradores, mas que dependia de ações externas para que a água da região não voltasse para o aeroporto.