A Master Construções e Serviços Ambientais, empresa contratada pela prefeitura de Porto Alegre para fazer o recolhimento e a destinação dos resíduos acumulados em três depósitos provisórios, os chamados "bota-espera", desistiu de prestar o serviço. A informação foi confirmada em primeira mão pelo secretário adjunto de Parcerias, Jorge Murgas, na manhã desta sexta-feira (21). Segundo o gestor, a MCT Transportes Ltda, segunda colocada no edital que orienta a contratação, já foi acionada para assumir os trabalhos.
A Master Construções e Serviços Ambientais foi anunciada como vencedora do edital de chamamento público na quarta-feira (19), em edição extra do Diário Oficial do município. A princípio, a empresa seria contratada para realizar o serviço nos três depósitos temporários, mas, em reunião, desistiu de trabalhar em um deles, localizado na Avenida Loureiro da Silva, assumindo somente os restantes, localizados em dois pontos na Rua Voluntários da Pátria. Entretanto, segundo o secretário adjunto, a empresa fez contato telefônico com ele após a reunião para manifestar o desejo de desistir de prestar o serviço também nos outros locais.
Conforme Murgas, a desistência foi oficializada na manhã desta sexta. O secretário adjunto afirma que a segunda colocada já havia sido avisada informalmente da desistência da primeira, com o intuito de agilizar o processo, e deve, agora, ser anunciada oficialmente. A formalização da mudança deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial. A expectativa é de que os trabalhos iniciem na segunda-feira (24).
— Conversei com a segunda colocada, que já assumiria o lote três (depósito da Avenida Loureiro da Silva), para verificar se eles teriam condições de assumir os demais e iniciar os trabalhos já na segunda-feira, e eles disseram que sim. A decisão está tomada, é somente uma questão burocrática de darmos a ordem de início para a segunda colocada — explica o secretário.
Murgas detalha, ainda, que a Master Construções e Serviços Ambientais alegou não ter condições de iniciar os tabalhos de forma imediata, conforme previa o edital, porque constatou que precisaria de uma quantidade maior de equipamentos e mão de obra do que havia mensurado inicialmente. GZH entrou em contato com a empresa, que confirmou o motivo e declarou que as tratativas com a prefeitura ocorreram de forma tranquila.
— Em vistoria técnica, identificamos que seria preciso de um efetivo (equipamentos e mão de obra) bem superior ao que estava sendo indicado no edital. Precisaríamos fazer uma mobilização de efetivo, o que poderia demorar. A necessidade do município era de urgência, por isso, entendemos que seria melhor desistir e passar para a segunda colocada, que talvez possa atender mais rapidamente — afirma José Gabriel Lima, diretor da Master Construções e Serviços Ambientais.
O edital publicado pela prefeitura traz uma estimativa de equipamentos e recursos humanos necessários para o trabalho em cada bota-espera. A lista estima a necessidade de "um encarregado geral com veículo; um veículo leve; dois auxiliares gerais; uma escavadeira hidráulica; uma pá carregadeira; um trator de esteira; e caminhões com caçambas basculantes trucados ou com cavalo mecânico (quantidade não especificada)". Conforme o edital, a contratada também deve prover vigilância noturna, implantação de um container e sanitário químico nos locais.
A contratação prevê a retirada e a destinação do lixo de três bota-espera que não estão mais recebendo materiais: na Rua Voluntários da Pátria com a Avenida Cairu; na Rua Voluntários da Pátria, na esquina com a Rua Seis, no Humaitá; e na Avenida Loureiro da Silva, nas proximidades do prédio da Receita Federal. Somados, os três pontos acumulam mais de 24 mil toneladas de lixo. O material deverá ser levado ao aterro localizado na Estrada Abel Souza Rosa, em Gravataí, na Região Metropolitana.
O serviço vai ter prazo de execução de 30 dias nos espaços da Rua Voluntários da Pátria. Já no depósito da Avenida Loureiro da Silva, que recebe a maior quantidade de entulho (cerca de 11,5 mil toneladas), o prazo é de 45 dias. A empresa responsável precisa arcar com todo o processo de recolhimento e transportes dos resíduos até Gravataí, incluindo maquinário e mão de obra.
Os três terrenos em questão não recebem mais detritos da enchente. Outros três espaços ainda recebem:
- Terreno no Sarandi (próximo da Avenida Severo Dullius) - Rua Sérgio Jungblut Dieterich, 1.201 - Sarandi - 8h até as 22h
- Terreno no Humaitá – Rua Voluntários da Pátria, S/N, Acesso 4 - 8h às 18h
- Terreno na Serraria - Avenida da Serraria, 2.517 - 8h às 18h