O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) de Porto Alegre projeta retomar a operação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Moinhos de Vento nesta segunda-feira (13). Em entrevista à Rádio Gaúcha neste domingo (12), o diretor-geral do órgão, Mauricio Loss, afirmou que, caso essa estimativa se confirme, será possível energizar a unidade, abrindo caminho para volta do abastecimento de água na região:
— A Moinhos de Vento também tem condições já de ser energizada, apenas estamos aguardando a nossa equipe trabalhar no local em segurança, restabelecer os motores para poder energizar.
Na estação Moinhos de Vento, equipes do Dmae seguiam com trabalhos para escoamento e avaliação dos equipamentos da unidade que bombeia água para dentro dessa ETA, na tarde deste domingo (12). O departamento estima finalizar essa manutenção e energizar a ETA Moinhos de Vento na segunda-feira, caso não seja observado novo caso de inundação na área.
— Conseguimos conter bem o avanço das águas. Não conseguimos uma estanqueidade de 100%, mas seguem os bombeamentos lá pra que a gente consiga manter a estação sem água internamente.
Com menos água dentro do complexo, as equipes também conseguiram abrir os motores para fazer a substituição de diversos componentes que ficaram encharcados. O serviço nessa estação é complexo em razão da profundidade do local que abriga os equipamentos.
A ETA Moinhos de Vento abastece instituições de primeira necessidade importantes, como os hospitais Fêmina, HPS, Moinhos de Vento e Santa Casa, e outros órgãos públicos. Para mitigar os efeitos do desabastecimento em alguns desses locais, existe uma operação emergencial de fornecimento de água potável.
Apenas as ETAs Moinhos de Vento e das Ilhas estão fora de operação. As estações de tratamento de água Belém Novo, São João, Tristeza e Menino Deus seguem funcionando com capacidade reduzida.
Funcionamento das casas de bombas
Sobre as casas de bombas, Loss afirmou que o Dmae segue tentando aumentar o número de estações em funcionamento, com foco em três unidades neste momento.
Até as 17h deste domingo, sete das 23 casas de bombas estavam funcionando. São as Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebaps) 7 (que protege as regiões de Santa Maria Goretti e Vila Sesi), 11A e 11B (que protegem o Hipódromo e a Vila Hípica), 12 (Avenida Padre Cacique), 14 (Azenha), 15 (Avenida Ipiranga, entre a Getúlio Vargas e a Érico Veríssimo) e 19 (Vila Planetário).
O Dmae trabalha para tentar retomar o funcionamento das casas de bombas de número 5 (Humaitá, Vila Farrapos), 6 (Bairro Anchieta, incluindo o Aeroporto) e 16 (na Rótula das Cuias).
A casa de bombas da Rótula das Cuias é uma das prioridades, porque é responsável pelo desafogo de boa parte da área central da Capital, afetando bairros como Cidade Baixa e Menino Deus. Loss afirma que o departamento segue atuando no local, tentando isolar a estação para avaliar os danos nos motores e tentar o religamento:
— Nossa equipe já está atuando e esperamos, até amanhã, quem sabe retomar o bombeamento dela também, mas ainda tem uma boa região alagada no entorno, que dificulta nossos trabalhos.
Chuva pode atrapalhar os trabalhos
O diretor-geral do Dmae afirma que o aguaceiro que segue estacionado sobre a Capital pode atrapalhar os trabalhos do Dmae, principalmente no âmbito do escoamento da água pluvial por meio das casas de bombas. No tratamento de água, manobras para proteger as estruturas ajudam na manutenção do serviço de abastecimento, segundo Loss. Na parte das casas de bombas, a operação é mais complexa na avaliação do diretor:
— Acreditamos que no abastecimento de água a gente não sofra dano. Claro que não podemos afirmar 100%, mas, de acordo com o trabalho que a gente vem desenvolvendo e acompanhando, a gente estima que consiga manter o abastecimento de água, mas de pluvial pode ser que a gente tenha uma regressão, infelizmente.