Rio Grande do Sul enfrentou período de seca no início do ano e agora encara enchentes desde o fim do mês de abril na pior catástrofe climática já registrada no Estado. Cheias já deixaram 136 mortos.
Em um intervalo de apenas três meses, Porto Alegre foi de um extremo a outro. Em 10 de fevereiro deste ano, o nível do lago Guaíba chegou a apenas 37 centímetros. No último dia 5, a Capital se viu diante de uma das piores crises de sua história, com uma enchente recorde – e o nível do lago chegou a 5m35cm.
O nível baixo de três meses atrás causou prejuízos na captação de água e gerou alerta pelo risco de eventual desabastecimento na capital. As estações de tratamento, que chegaram a ser desligadas em razão das inundações dos últimos dias, não recebiam água do lago quase seco em fevereiro. O cenário mudou drasticamente.
Desde o fim de abril, o RS registra temporais e cheias. Além de 136 mortos, o último boletim da Defesa Civil, divulgado às 9h deste sábado (11), aponta para, pelo menos, 756 pessoas feridas, 125 desaparecidos, 339.925 desalojados e 71.398 pessoas em abrigos.
Após registrar o recorde de 5m35cms, o Guaíba chegou a baixar ao longo da semana. Porém, cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS alertam para a possibilidade de elevação do nível do Guaíba após as chuvas deste fim de semana.
Fim de semana será de chuva no RS
Já voltou a chover em Porto Alegre e outras partes do Estado, como no Vale do Taquari, umas das regiões mais afetadas pelos temporais da semana passada.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê volumes acentuados no Rio Grande do Sul, com possibilidade de até 140 milímetros. As regiões mais afetadas devem ser o Norte e o Leste do estado
— Tem que ficar bastante claro que essas regiões aqui vão ser realmente, de novo, as mais impactadas. Então, a condição é bastante crítica, não só para a questão de rios — diz a meteorologista Cátia Valente, da Sala de Situação do RS.
Lagoa dos Patos enchendo
A prefeitura de Rio Grande, na Região Sul, disse que a Lagoa dos Patos atingiu 2,37 metros na manhã desta sexta-feira (10). O último boletim apontou que o nível das águas ficaram 1,42 metro acima do normal, com resistência em baixar por conta de um vento leste, de 26km/h.