O Dia das Mães começou com chuva em Porto Alegre neste domingo (12). Com temperatura de 19°C e tempo encoberto, poucas pessoas circulavam por bairros como Cidade Baixa e Menino Deus.
No cruzamento da Avenida Getúlio Vargas com a Rua 17 de Junho, dois homens desciam de uma caminhonete um barco a remo para seguir até um condomínio da região onde iriam realizar a segurança do local.
Altair Kich, 61 anos, funcionário do Coral Tower Express Hotel, olhava para o imóvel onde trabalha. O prédio foi tomado pela água da cheia durante a semana.
— Entrou água em todo o primeiro andar — afirma, ao lado de uma colega do hotel.
Em vários pontos desses bairros, a água já diminuiu, mas nada muito alvissareiro e digno de comemoração. Pois chove na Capital. Em algumas vias, a impressão que se tem é de que os moradores bateram em retirada ante à iminência da inundação. O cenário deixou um vazio.
Em frente à Praça Garibaldi, o funcionário de estacionamento Luis Claro, 57 anos, cruzava a via com água pelos joelhos. Morador há 40 anos da Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, ele conta nunca ter testemunhado tanta fúria de uma enchente.
— Estou sem água em casa desde segunda-feira (dia 6). Porto Alegre virou uma cidade fantasma e tenho amigos que perderam tudo — relata, segurando um guarda-chuva.
No centro da Praça Garibaldi, a água circunda o monumento de Giuseppe e Anita Garibaldi, os bancos estão submersos, há muita sujeira espalhada e dois contêineres estão virados no meio da pista. Pombas procuram alimentos em meio ao lixo.
Mas a água já não inunda todo o espaço da praça. Na esquina das ruas Olavo Bilac e José do Patrocínio, há água onde fica situada a Escola Municipal de Educação Infantil Jardim de Praça Cantinho Amigo. Em direção à Avenida Erico Verissimo, ainda se vê muita inundação.
Uma casa de bombas próxima à Rótula das Cuias foi desligada durante a semana, o que fez a água do Guaíba subir rapidamente pelas ruas desses bairros. Os bueiros expulsavam água. E assim, moradores partiram de casa. Quem ficou, precisou ser resgatado de barco.
Na Avenida Venâncio Aires, em frente à Churrascaria Giovanaz, já é possível passar, seja a pé ou de carro.
Na Avenida Erico Verissimo, a água impede a passagem nos dois lados da pista em frente ao Ginásio Tesourinha e ao Teatro Renascença. Em direção à Getúlio Vargas, há muitos pontos de alagamento neste trecho.
Na Rua General Lima e Silva, a água alaga a partir do número 1.704. Na Rua João Neves da Fontoura, há muita água e contêineres virados.