Moradores dos bairros Cidade Baixa e Menino Deus, em Porto Alegre, amanheceram com um cenário mais otimista neste sábado (11). Em pontos em que a inundação havia avançado bastante, foi possível perceber uma retração mais evidente, permitindo, inclusive, que áreas onde ainda não se podia caminhar voltassem a ficar acessíveis.
Esta região da cidade foi invadida pela água do Guaíba principalmente a partir de segunda-feira (6), quando, por medida de segurança, a estação de bombeamento de água pluvial (Ebap) 16, que fica perto da Rótula das Cuias, teve a energia desligada. As Ebaps servem justamente para conter inundações ou alagamentos em áreas baixas da cidade. Embora a 16 siga desativada, a reativação de outras duas casas de bombas nos arredores fez a situação melhorar.
A reportagem notou uma diferença considerável na Rua da República, na Cidade Baixa, onde a água reduziu a ponto de permitir que veículos ultrapassem a esquina com a José do Patrocínio. Ao longo da semana, os alagamentos ultrapassaram esse trecho e fizeram com que barcos fossem utilizados para retirar moradores de casa.
A água também diminuiu na Rua Luiz Afonso, no mesmo bairro, fazendo com que pedestres voltassem a circular em algumas partes. No começo da semana, a região precisou de apoio do Exército para remoção da população e água chegou a alcançar a cintura de voluntários em alguns pontos.
Na Praça Garibaldi, entre a Avenida Venâncio Aires e a José do Patrocínio, a situação também melhorou. Se na quinta-feira (9), um barco de voluntários aguardava na esquina para iniciar resgates, neste sábado já não havia água no mesmo ponto. A praça em si ainda permanece bem inundada, com água batendo na base de lixeiras e até peixes nadando em volta do monumento principal.
Perto dali, na José do Patrocínio com a Rua Joaquim Nabuco, a mudança era bem clara em relação ao começo da semana. Na terça-feira (7), a reportagem não conseguia se aproximar do Bar Opinião, pela grande quantidade de água nas esquinas. Já neste sábado foi possível se aproximar da casa de shows. A água ainda se acumula em parte da Joaquim Nabuco, mas já permite que veículos mais baixos passem pelo cruzamento, onde antes apenas os mais altos poderiam.
Menino Deus também tem menos água
Ainda que esteja com vários pontos de inundação e partes com água em altura elevada, a região do bairro Menino Deus também teve retração. Na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua 17 de Junho, a água recuou um pouco. Um veículo que estava submerso durante a semana e que apareceu com água pela metade na calçada na quinta-feira (9), hoje já estava totalmente aparente. No entanto, a água permanece em alguns pontos, fazendo com que voluntários sigam no local auxiliando os moradores que não quiseram sair de suas casas.
Do outro lado da Avenida Ipiranga, a água está desaparecendo na Getúlio Vargas, bem como no cruzamento com a Rua Marcílio Dias. Esta via, no entanto, ainda apresenta inundação grande próximo da Avenida Praia de Belas.
Esta avenida teve redução de água perto do Shopping Praia de Belas, no trecho entre a Ipiranga e a Marcílio Dias, conforme moradores e funcionários da região, mas segue com água em grande quantidade em direção à zona sul da Capital.
A Praia de Belas e a Avenida Borges de Medeiros seguem bloqueadas para trânsito de veículos em ambos os sentidos. Cavaletes fazem a interrupção nos trechos.
A diminuição da extensão da água continuou em outras ruas do Menino Deus, como a Barbedo, que na quinta-feira tinha água chegando quase na Múcio Teixeira. Neste sábado, a área alagada estava perto da Rua Itororó. Um homem que fazia a segurança de um dos prédios, próximo à Avenida Praia de Belas, relatou que a água bate a metade das portas das casas nesse trecho.
A reportagem também constatou a marca da água nas paredes das casas que já ficaram sem alagamentos. Conforme moradores, havia partes em que a água chegou a bater na cintura de quem passava.
Nas proximidades da Avenida Érico Veríssimo, a água baixou, mas ainda está concentrada perto do Teatro Renascença. Já a Rua Zero Hora ficou totalmente liberada, após bloqueio pela água.