Alguns meses. Este é o prazo estimado pela prefeitura de Porto Alegre para que se conclua o processo de limpeza da rede pluvial da Capital, após as chuvas e inundações das últimas semanas. O esgoto pluvial é a infraestrutura de drenagem da cidade, com canais, tubulações e casas de bombas que se conectam para escoar a água da chuva.
Com as falhas do sistema de proteção contra cheias da Capital, areia e lama do Guaíba avançaram pela cidade e se depositaram dentro das tubulações. A limpeza, segundo o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), é feita com hidrojateamento e remoção manual.
— Essa quantidade de lixo é, muitas vezes, levada para dentro das bocas de lobo, vai muita areia. Hoje o que a gente tem é areia e sujeira nas redes. E a gente está limpando, mas precisamos de um tempo para colocar em dia. E isso vai levar alguns meses de trabalho ainda. Isso tudo que veio com a chuva, com a inundação — projetou a diretora de Tratamento e Meio Ambiente do Dmae, Joicineli Becker, em entrevista ao programa Timeline, na quinta-feira (23).
A obstrução dos dutos de escoamento se agravou, na quinta, após resíduos descartados nas ruas nos últimos dias serem carregados para dentro da rede de escoamento.
Móveis e demais objetos de casas e comércios, destruídos pelas inundações devem ser descartados nas calçadas para que sejam recolhidos por caminhões de limpeza, conforme orientação do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Parte desses descartes foi levado para as tubulações.
Segundo o Dmae, o sistema de escoamento das águas da chuva é composto por 2,5 mil quilômetros de redes, com 27 arroios e mais de 120 mil bocas de lobo e bueiros.