Até a manhã desta sexta-feira (24), cerca de 7,3 mil toneladas de entulho já foram recolhidas pelas equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) em Porto Alegre. A informação é do diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker, entrevistado nesta sexta na rádio Gaúcha.
Tratam-se de resíduos gerados pelos estragos das enchentes – móveis, eletrodomésticos, entulhos de construção, colchões e demais itens que foram levados pela água. Os materiais serão encaminhados para um aterro de inertes em Gravataí. O espaço foi contratado pela prefeitura de Porto Alegre de forma emergencial, com investimento de R$ 19,7 milhões.
A Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda fica a 20 quilômetros da Capital. Segundo Carlos Alberto, o aterro de inertes em Gravataí tem capacidade de receber de 77 mil a 180 mil toneladas de lixo.
— É importante destacar que o trabalho é simultâneo. Não estamos trabalhando apenas em uma região. Hoje, como teve maior acúmulo, focamos no Menino Deus. É para os moradores continuarem colocando os resíduos nas ruas. O DMLU está preparado para recolher. Esses resíduos não podem ir para o mesmo local do lixo. Fizemos uma parceria com um local em Gravataí. Temos capacidade de até 180 mil toneladas nesse aterro em Gravataí — afirmou.
Segundo a autarquia, assim que possível o material começa a ser encaminhado ao novo local. Em Porto Alegre, o DMLU montou quatro áreas, em diferentes regiões da cidade, que recebem de forma temporária os resíduos. Um fica na Zona Norte, entre os bairros Sarandi e Humaitá; outro no aterro do bairro Serraria, na Zona Sul, que já está em funcionamento; e outros dois na região central, em terreno na Avenida Loureiro da Silva, próximo do prédio da Receita Federal, e outro nos arredores da Usina do Gasômetro.
Quando a água baixar nos bairros mais atingidos de Porto Alegre, como Humaitá e Anchieta, é provável que as toneladas de lixo se multipliquem. Conforme o diretor, ainda não é possível prever quando o trabalho será concluído e nem o volume de entulho total gerado pela tragédia.
Com os novos alagamentos registrados em diversos bairros na quinta-feira (23), após um acumulado de chuva na Capital, a prefeitura terá de limpar novamente locais que já haviam sido contemplados pela força-tarefa de limpeza e coleta. Além de bairros como Menino Deus e Cidade Baixa voltarem a submergir, zonas até então a salvo de transtornos foram atingidas, principalmente em pontos da Zona Sul. Com isso, deve ser gerado volume ainda maior de lixo.
No Estado, é possível que o volume de entulho alcance 46,7 milhões de toneladas. É o que mostra um levantamento conduzido por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com a empresa Mox Debris e voluntários.