Cada centímetro de água que baixa no Centro Histórico de Porto Alegre vai revelando os estragos da enchente que ainda assola o Rio Grande do Sul. Aos poucos, moradores, frequentadores, empresários e funcionários vão se deparando com uma nova realidade.
Muitos já podem contabilizar os estragos causados pela enchente. Já outros, no entanto, ainda aguardam o recuo da água para se depararem com o cenário de destruição.
Este é o caso do empresário Cláudio Gozdziuk, 51 anos, dono de uma lancheria ao lado do terminal Parobé. Na manhã deste domingo (19), ainda sem poder chegar próximo ao seu local de trabalho, ele contou no microfone da Gaúcha todo o sentimento que o norteia nesse momento.
— Eu digo ao povo gaúcho que fé, esperança e determinação nos levam à frente. Bens materiais passam. O importante é estarmos bem — disse o otimista morador do bairro Belém Velho, mas que há 27 anos deixava Palmeira das Missões, no interior do Estado, para tentar mudar de vida na Capital.
Cláudio espera, nos próximos dias, conseguir chegar até o estabelecimento que ainda encontra-se alagado. De funcionário a proprietário da lancheria Ipeca, ele já imagina os estragos causados pela enchente.
— Se o prejuízo for com maquinário, bom, daí vai passar dos R$ 12 mil. Recentemente comprei um freezer novo, gastei R$ 6 mil. Por enquanto não tem muito o que fazer. É esperar.
Com olhar de otimismo, Cláudio já projeta uma retomada, além de também aproveitar para fazer uma promessa.
— O estabelecimento funciona 24 horas. Serve para o pessoal comer seu lanche e tomar seu café e, agora, dizer que me ouviu na Rádio Gaúcha. E quando reabrir, vocês são meus convidados para um café.
Marido e pai de dois filhos, o dono da banca 4 também é ouvinte da Rádio Gaúcha. Antes de encerrar a entrevista, Cláudio fez um pedido especial:
— Se um dia eu tiver a possibilidade de conhecer a Rádio Gaúcha, vai ser um prazer muito grande pra mim. Quero fazer essa visita.