Em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, na tarde desta sexta-feira (26), o promotor de Justiça de defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, Felipe Teixeira Neto, afirmou que é preciso que a prefeitura de Porto Alegre faça um mapeamento de árvores em locais considerados mais preocupantes na Capital. Isso porque, segundo ele, há muitas estruturas comprometidas e que precisam ser substituídas na cidade, em alguns casos até mesmo cortadas.
A ação virou tema de reuniões entre o Ministério Público (MP) e a prefeitura da Capital nas últimas semanas, devido ao impacto do temporal do dia 16 de janeiro, que causou a queda de centenas de árvores e galhos na cidade, o que afetou também a rede elétrica da Capital e deixou pontos sem luz e energia durante uma semana.
— A prefeitura e a concessionária (de energia elétrica, a CEEE Equatorial) sabem quais são os bairros que são mais críticos na cidade. Sabem quais são os pontos com árvores mais antigas, maiores, que têm mais conflito com fiação. É preciso um planejamento prévio nestes locais e que se faça as intervenções necessárias. Se for necessário suprimir, precisamos suprimir. Vamos fazer compensações — apontou o promotor.
Embora não considere as árvores o problema de Porto Alegre, o promotor defendeu a necessidade de uma otimização da forma como a poda é feita, a fim de evitar danos na rede elétrica e em residências, sem que se perca o efeito ambiental.
— As árvores são um grande patrimônio de Porto Alegre, mas nós não temos ganho ambiental com árvores mutiladas. Ela apenas está ali, mas não tem um efeito ambiental verdadeiro. Então nós precisamos que aquele espécime vegetal tenha uma real importância para aquele espaço — afirmou o promotor.
Em relação ao manejo das árvores, o promotor explicou que a gestão da arborização urbana cabe a cada um dos municípios, entretanto, quanto às concessionárias de energia, Neto alega que a CEEE Equatorial possui uma licença ambiental concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que concede o direito de fazer intervenções em espécimes vegetais que venham a interferir e conflitar com a rede elétrica.
— Nesse caso, cabe a ela, que é conhecedora da sua rede, analisar se há necessidade de intervenção e tomar as medidas necessárias, desde que isso dialogue com a política do município — aponta.
Na próxima semana, será firmado um acordo entre o Ministério Público, CEEE Equatorial, secretaria estadual do Meio Ambiente e a prefeitura de Porto Alegre, para tornar mais claras as regras e as responsabilidades sobre a poda preventiva na cidade.