A reportagem de GZH visitou alguns bairros de Porto Alegre, nesta sexta-feira (3), para verificar a situação dos contêineres de lixo. A Rua Lopo Gonçalves, na Cidade Baixa, é um dos locais onde mais há problemas. A relação dos lugares pode ser consultada mais abaixo.
Como nas visitas anteriores, o que se percebe são equipamentos sem tampa, danificados e com lixo misturado. Também são facilmente encontrados resíduos espalhados pelas calçadas perto desses pontos.
A prefeitura de Porto Alegre afirma que o problema dos contêineres foi resolvido com a troca da empresa prestadora do serviço via contrato emergencial e que a coleta automatizada está sendo realizada em todos os roteiros e horários determinados pelo Departamento Municipal de Lixo Urbano (DMLU).
Também assegura que foram trocados cerca de 1.500 equipamentos. Para a troca dos outros 900 contêineres, a empresa terceirizada tem mais 30 dias de prazo.
Por fim, sobre o lixo na calçada, a prefeitura aponta que a população segue fazendo descarte irregular de resíduo seletivo (reciclável) dentro do equipamento, o que "atrai os catadores que reviram o contêiner". Confira a resposta na íntegra no fim do texto.
Locais visitados
Bairro Menino Deus
Na Rua Barão do Gravataí, na altura do número 649, a tampa da caixa coletora está arrebentada. Em torno das 14h, uma equipe de funcionários do DMLU descia de um ônibus a poucos metros do equipamento.
— Aqui e ali na Avenida Getúlio Vargas tem outro desses sem tampa. Às vezes, são os moradores de rua que fazem isso — observa a esteticista Franciely Cardoso, 29 anos, que trabalha na região.
Cidade Baixa
A Rua Lopo Gonçalves apresenta problemas em quase todos os contêineres visitados. Em frente ao número 141, o equipamento está até inclinado e com diversos danos. No lado externo, há madeiras de diversos tamanhos e um vaso de flor na calçada. Pouco antes, outra caixa está sem tampa na mesma via.
— Isso é uma falta de respeito. Os moradores cuidam, mas certas pessoas não. Na quarta-feira passada, um dos contêineres da rua estava pegando fogo dentro — critica o entregador George Nicolas, 21, que trabalha na Cidade Baixa.
Santana
A Avenida Jerônimo de Ornelas também deixa a desejar quando o assunto é contêiner de lixo. Na caixa localizada quase na esquina com a Rua Engenheiro Vespúcio de Abreu é possível ver lixo espalhado dentro, papelões e até latas.
— Aqui tem os "crackeiros" (usuários de crack) e é algo comum — atesta o técnico em enfermagem Marcelo Lima, 55.
— A prefeitura repõe as tampas, mas as pessoas roubam bastante. E se roubam fazem barulho. E ninguém vê nada? — questiona.
Outro ponto sem tampa está situado na mesma via perto da esquina com a Rua Jacinto Gomes.
Bom Fim
Na Rua Vasco da Gama, quase esquina com a General João Telles, o equipamento está com uma tampa arrebentada. O ponto é de intensa circulação de pessoas.
— É uma vergonha, mas é o que mais percebemos. O povo não respeita. Quem quebra é o morador de rua — diz a comerciante das imediações Ivete Ferronatto, 56.
Floresta
A reportagem esteve novamente em dois pontos problemáticos do bairro Floresta. Na Rua Garibaldi, perto do número 633, entre as avenidas Cristóvão Colombo e Farrapos, a caixa coletora está com lixo misturado pela metade.
Na Rua Ernesto Alves, 239, falta uma tampa e há lixo misturado na parte interna. Mais adiante, perto do número 295, um equipamento exibe a tampa inclinada e apoiada por uma tampa de vaso sanitário.
Pontos visitados
- Bairro Menino Deus (Rua Barão do Gravataí, 649)
- Bairro Cidade Baixa (Rua Lopo Gonçalves, 141 e 111)
- Bairro Santana (Avenida Jerônimo de Ornelas esquina com Rua Engenheiro Vespúcio de Abreu)
- Bairro Bom Fim (Rua Vasco da Gama esquina com a General João Telles)
- Bairro Floresta (Rua Garibaldi, 633, e Rua Ernesto Alves, 239 e 295).
Resposta da prefeitura
"A Secretaria de Serviços Urbanos, por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), destaca que o problema de recolhimento dos resíduos dos contêineres foi resolvido com a troca da empresa prestadora do serviço via contrato emergencial. A coleta automatizada está sendo realizada em todos os roteiros e horários determinados pelo DMLU.
Agora está em desenvolvimento a segunda etapa do serviço, que tem um prazo de 60 dias para a troca de todos contêineres da cidade. Até o momento, após transcorridos 30 dias, foram trocados cerca de 1.500 equipamentos. Para a troca dos outros 900 contêineres a empresa terceirizada tem mais 30 dias de prazo, conforme estipulado no contrato emergencial. Os equipamentos danificados apontados pela reportagem, estão dentro do cronograma de troca dos próximos 30 dias. O DMLU acredita que a questão da troca dos equipamento esteja solucionada dentro deste prazo.
Quanto ao problema dos resíduos deixados e descartados ao redor dos contêineres, o DMLU destaca que esta ação ocorre porque parte da população ainda descarta (irregularmente) resíduo seletivo (reciclável) dentro do equipamento. Esta atitude atrai os catadores, que reviram o contêiner, selecionando na rua mesmo, o material reciclável de seu interesse. Os materiais que o catador considera que não têm venda, são deixados ali mesmo ao redor do contêiner. Esta situação pode ser controlada no momento que não forem mais descartados recicláveis no contêiner que é, exclusivamente, para resíduos orgânicos e rejeito.
A varrição de vias (com coleta de resíduos ao redor dos contêineres) acontece em todos os bairros atendidos pela coleta automatizada (e nos outros bairros também) com periodicidades variadas conforme o endereço.
A coleta seletiva de resíduos recicláveis acontece porta a porta em dias e horários específicos conforme o endereço.
Para saber quais dias e horários a coleta seletiva passa em sua rua basta clicar e preencher o endereço. Para maiores informações sobre resíduos recicláveis clique aqui."