O avanço das águas nesta quarta-feira (27) deixou famílias ilhadas, inundou residências e alagou bairros que ainda não haviam sido afetados em Guaíba, na Região Metropolitana. O nível atingiu a marca de 2m61cm no fim da manhã, se aproximando dos 2m70cm de 2015, a maior da série histórica na cidade. A expectativa é que isso ocorra.
Na Rua Marcílio Dias, no bairro Alvorada, moradores viram suas casas serem invadidas pela água em poucas horas. A força derrubou portões de residências. Pessoas retiraram seus pertences às pressas e se dirigiram a casas de familiares.
A comerciante Jaqueline Lima Pereira, 50 anos, teve de deixar seu trabalho para auxiliar sua mãe, de 83 anos, e a tia, de 75. A casa delas estava sendo tomada pela água. As duas foram retiradas com ajuda da Brigada Militar.
— Foi muito rápido. A minha irmã estava aqui com a mãe. Por volta das 7h, ela começou a mandar mensagem que tava entrando no pátio. A minha mãe estava bem preocupada, não queria sair. Mas a gente comprou botas e tiramos elas de dentro da casa. E começamos a levantar os móveis — relata.
Já o casal Edenilson Fazenda, 30 anos, e Jenifer Vieira, 28, saiu de casa por precaução ainda no final de semana. Os dois têm retornado todos os dias para o local para monitorar as condições da residência. Dessa vez, a água era tanta que eles tiveram de subir pelo telhado para acessar o interior da moradia. Depois precisaram de auxílio dos bombeiros para serem retirados.
— A gente não imaginava (que a água ia subir) por isso que até a gente estava mais tranquilo, achando que o rio ia descer e, de uma hora para outra, ele subiu muito rápido. Temos de levantar algumas coisas que ficaram para trás e ver se salva alguma coisa que sobrou aqui — relata.
A Defesa Civil ainda contabiliza o número de pessoas que foram retiradas de casa. No início da manhã, 23 pessoas se encontravam em um alojamento do município. Acredita-se que mais de 50 famílias foram para casa de parentes.
Costa Doce
Os municípios de Tapes e Barra do Ribeiro também seguem registrando estragos em razão das enchentes. O nível da Lagoa dos Patos voltou a subir e atingiu novas áreas das duas cidades.
Em Tapes, mais duas famílias precisaram ser retiradas de casa na Vila dos Pescadores. São 37 nessa situação, segundo a Defesa Civil do município. Dessas, 15 estão em abrigos municipais. Autoridades seguem monitorando a situação no bairro Arroio Teixeira. Ninguém precisou de regate nessa região até o momento.
Já em Barra do Ribeiro, 51 pessoas estão abrigadas na escola Fernando Hoff. São 42 indígenas e nove acamados que necessitam de abrigo. As ruas seguem alagadas em parte da cidade.