Mais um trecho de talude do Arroio Dilúvio, na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, cedeu nesta quinta-feira (14). É o segundo em dois dias, conforme o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), e o sexto desde julho.
Desta vez, o deslizamento ocorreu próximo à Avenida Doutor Salvador França, em frente a uma concessionária de veículos. Na quarta-feira (13), a queda foi próximo à sede da CEEE, no sentido bairro-Centro da via.
Ao menos outros quatro pontos tiveram desabamentos anteriormente: entre as ruas Santana e São Luís; no cruzamento da Ipiranga com a Silva Só; no cruzamento da Ipiranga com a Rua Lício Cavalheiro; e em frente ao Parque Esportivo da PUCRS.
No último dia 6, a ciclovia da Avenida Ipiranga foi totalmente interditada, de forma preventiva, entre a Borges de Medeiros e a Antônio de Carvalho. Contudo, apesar da interdição, as faixas de isolamento foram retiradas e muitos ciclistas continuam circulando — somente nas áreas cercadas, a proibição tem sido respeitada.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) afirmou que tem ciência do desrespeito e afirma que os ciclistas estão "se colocando em risco ao pedalar nos locais interditados", principalmente porque, ao burlar o bloqueio em alguns pontos, "eles se colocam em locais sem saída, cercado por gradis, em que são obrigados a retornar a algum local anterior para cruzar a via em segurança".
A prefeitura está em processo de contratação de uma empresa de engenharia e montou força-tarefa interna para resolver os problemas dos deslizamentos dos taludes do Dilúvio. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quinta-feira, o prefeito da Capital, Sebastião Melo, informou que, enquanto não houver garantias de segurança, a ciclovia não será liberada.
— Não dá para dizer que a causa do desmoronamento é o desassoreamento do arroio, só isso. Então eu não arrisco a dizer, tem várias vozes sobre isso. O certo é que nós não podemos correr o risco e muitas pessoas têm desrespeitado — afirmou (ouça a entrevista abaixo).
Projeto na Câmara
A prefeitura protocolou na Câmara dos Vereadores um projeto de lei que autoriza a contratação de operação de crédito de R$ 20 milhões junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para aplicação em obras de ciclovias na cidade. Se aprovada, conforme o Executivo, a proposta poderá garantir a reconstrução dos trechos que foram interditados na Ipiranga.
Inicialmente, o texto previa a implantação de cerca de 30 quilômetros de malha cicloviária — incluindo ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas —, além da instalação de bicicletários em 11 terminais de transporte. Esses números, porém, poderão mudar ao longo da discussão da proposta, em razão da necessidade de obras complexas na ciclovia da Ipiranga.