Cerca de 50 tradicionalistas se reuniram na tarde desta quinta-feira (3) na praça em frente ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ) para pedir a retomada das obras no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, paralisadas há quatro dias. Com bandeiras e faixas, os manifestantes reivindicaram a continuidade dos trabalhos para que, ao menos, o local fique em condições de receber os galpões a partir de 12 de agosto.
O protesto durou cerca de uma hora e reuniu integrantes da Associação dos Acampados da Estância da Harmonia (Acamparh) e da Associação dos Piquetes do Estado do Rio Grande do Sul (Aspergs). A desmobilização ocorreu pouco depois das 15h porque os manifestantes receberam a informação de que não seriam recebidos para discutir o assunto na sede do TJ.
— Do jeito que a obra foi interrompida, não estão distribuídas a rede elétrica e a rede hidráulica no local dos galpões. Existe entulho de obra, areia e brita, empilhado. A terraplanagem não foi concluída. Se não concluir isso aí, não tem como montar os galpões. A gente quer que essa parte, pelo menos, fique adequada para chegarmos no dia 12 — explicou o presidente da Acamparh, Rogério Lara.
Mesmo com o clima de incerteza, os 232 piquetes receberam os alvarás de funcionamento da prefeitura na terça-feira (1º).
Situação na Justiça
Na tarde desta quinta-feira, a prefeitura de Porto Alegre ingressou com mais pedido para retomar as obras no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. A interposição do recurso – o chamado "agravo de instrumento" – surge um dia depois do pedido de reconsideração feito à 10ª Vara da Fazenda Pública, que foi analisado na tarde desta quinta-feira. A Justiça indeferiu a reconsideração.
No novo recurso, a prefeitura sustenta que a decisão da Justiça "encontra-se frágil, sem qualquer subsídio técnico” e “sem a devida verificação dos licenciamentos, alvarás e demais atos expedidos pelo Município de Porto Alegre".
A GAM 3 Parks, empresa concessionária do parque, e a Acamparh ingressaram com agravos no mesmo sentido. As solicitações deverão ser analisadas pela 21ª Câmara Cível. A Aspergs afirma também ter entrado com recurso para pleitear a retomada das obras e viabilizar o Acampamento Farroupilha deste ano. O TJ não informou quando todos os recursos serão julgados.