A empresa de ônibus que transportava crianças e se envolveu em acidente na terça-feira (22), na zona norte de Porto Alegre, diz que o motorista teve mal súbito antes da colisão. É o que afirma a advogada da Mega Brasil Transportadora, com sede em Canoas e proprietária do veículo.
A advogada Marianne Calixto afirma que há passageiros que presenciaram o motorista passando mal. Ele segue internado em estado grave na UTI do Hospital Cristo Redentor, na Capital, assim como o motorista do carro em que o ônibus colidiu. A defesa diz que se tratava de fretamento eventual, "pois transportava passageiros somente naquele dia".
A Metroplan, órgão regulador, informou que o ônibus não tinha autorização para operar desde 2008, quando alcançou a idade-limite de fabricação estabelecida para transporte intermunicipal.
Procurado, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagens (Daer) afirmou que está ciente do acidente, mas que o local onde houve a colisão "está sob a responsabilidade da Metroplan". Disse ainda que a Mega Brasil Transportadora está com registro inativo no Daer desde 2020. "O veículo é de 1989, sendo que a idade-limite para circulação é de 25 anos para 50% da frota, portanto, ele não poderia transitar. Além disso, os laudos e demais documentos estão vencidos, reforçando o impedimento de realização de transporte de longo curso".
O caso é tratado pela Polícia Civil como lesão corporal no trânsito. As sócias da empresa devem prestar depoimento na próxima semana.
O acidente
Na manhã de terça-feira, o coletivo transportava alunos de uma escola de dança para Novo Hamburgo, onde fariam uma apresentação, quando houve o acidente, na Avenida Assis Brasil, próximo à Avenida Bernardino Silveira Amorim, na zona norte de Porto Alegre. Segundo a polícia, um Corsa pegou fogo após ser atingido pelo coletivo, que depois ainda colidiu contra uma árvore.
O motorista do ônibus e o do carro envolvido na colisão estão internados em estado grave, na UTI. Na terça, uma mulher e 11 crianças que estavam no ônibus foram atendidas e liberadas.