A Praça Otávio Rocha, no encontro entre a Avenida Alberto Bins e a Rua Doutor Flores, no Centro Histórico, será revitalizada por uma empresa privada. A iniciativa é da incorporadora Infinita, que adotou a área como parte da reforma do hotel Plazinha, reaberto no mês passado na Rua Senhor dos Passos. O projeto contempla também a restauração do Café da Praça, fechado desde 2019. A estrutura, que antes ficava aberta, recebeu tijolos para preservar seu interior, por causa de repetidos atos de vandalismo.
— A praça será como um jardim para o nosso empreendimento, que tem uma vista privilegiada do local. Já estamos usando a mesma empresa que faz a segurança do nosso prédio para fazer rondas na praça. Em duas semanas, vamos colocar os tapumes e após a autorização da prefeitura começaremos a restauração — confirma o CEO da Infinita, Diego Antunes.
De acordo com o empresário, a reforma completa irá custar R$ 500 mil e será feita em partes, com previsão de conclusão em 60 dias. Estão previstas pintura, restauração do mobiliário urbano e dos brinquedos e serviços de jardinagem.
O café, que deve começar a funcionar cerca de três meses após o início da reforma, será operado pelo chef gaúcho Marcos Livi. De São Francisco de Paula, Livi é dono da marca Brique, que também terá operação no Plazinha.
De acordo com a secretária municipal de Parcerias Estratégicas de Porto Alegre, Ana Pellini, a prefeitura não vai cobrar a empresa pelo uso do espaço. O valor pago anteriormente ao município era de R$ 3 mil por mês.
— A outorga vai se pagar através da manutenção da praça pela empresa. O café é importante para povoar aquela região. É algo muito positivo para o bairro. Essa é uma prioridade nossa e deles — conta a secretária.
Ainda de acordo com Ana Pellini, a parceria com a Infinita tem contrato de quatro anos, que pode ser renovado pelo mesmo período.
Histórico de vandalismo
A Praça Otávio Rocha foi criada na década de 1930, mas o café só foi instalado no local pela primeira vez em 2013. Na época, a ideia da prefeitura era incentivar o fluxo de pessoas para combater o abandono do local. A praça então recebeu novo mobiliário e nova pintura, além de melhorias no piso, e a cafeteria foi inaugurada.
Os anos passaram e o espaço voltou a ser alvo de vandalismo. As aberturas foram fechadas com tijolos em agosto de 2019 pela então Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams). Essa foi a solução encontrada pela prefeitura para impedir novos arrombamentos e depredações, algo que acontecia com frequência no local desde que o último permissionário deixara o café, quatro meses meses antes.
Mesmo com aluguéis atrasados, o lojista, inicialmente, se recusou a sair. Na época, de acordo com a secretaria, a dívida chegava a quase R$ 500 mil, com parcelas em aberto desde 2014. Uma reintegração de posse foi cumprida em abril de 2019, com a presença da Guarda Municipal e da Brigada Militar. A partir daí, vândalos teriam quebrado as paredes de vidro e até causado um incêndio na estrutura, que acabou totalmente fechada.