A Polícia Civil concluiu a investigação que apurou a morte do motociclista Paulo Roberto de Oliveira Santos, 35 anos, no dia 14 de maio, na Avenida Senador Salgado Filho, em Viamão. O que inicialmente parecia um acidente de trânsito foi entendido pelo delegado Alexandre Fleck como homicídio doloso — com intenção de matar —, motivado por uma briga de trânsito. O inquérito deve ser remetido em breve ao Poder Judiciário.
— Concluímos todos os elementos da investigação e não há dúvidas de que é um homicídio. Vamos encaminhar o relatório nos próximos dias. Quando a ocorrência chegou para nós, como um suposto acidente, tinha a informação de uma pessoa que perseguiu o carro (que teria batido na moto) e pegou a placa. Aquilo chamou atenção — explicou o delegado.
O depoimento da pessoa que seguiu o carro e anotou a placa foi determinante para a investigação. Ela narrou que viu uma discussão antes da colisão. A versão coincide com o que se vê em imagens de câmera de segurança, que mostram o motorista jogando o carro sobre Paulo. O motociclista perde o controle da moto e atinge uma árvore e um poste.
O motorista que teria batido na moto foi identificado e localizado no dia seguinte. Em depoimento, ele disse que viu o motociclista discutir com outro motorista, mas negou que fosse ele. No entanto, o carro apresentava uma batida que correspondia à colisão. Também foi constatado que ele usou um spray para tentar esconder a marca da batida.
Mestre de obras e pai de dois filhos
Paulo deixa dois filhos, de 11 e 16 anos, e a esposa, Renata Fagundes, 40, com quem estava casado havia 20 anos. Ele era mestre de obras.
A mulher conta que o acidente aconteceu no Dia das Mães, quando Paulo retornava de um almoço na casa de amigos. Ela sairia logo em seguida, em um carro com os filhos.
Menos de cinco minutos após a saída, um amigo ligou e disse que Paulo havia se acidentado. Ao chegar no local, Renata encontrou o marido sem vida.
— Todos os dias eu passo ali para levar meus filhos pro colégio e ver onde meu marido morreu, numa calçada, porque um homem decidiu que ia bater — contou a viúva.
Renata ainda conta que no dia seguinte conversou com uma pessoa que viu a discussão e o momento a batida. Ela seguiu o veículo e conseguiu registrar a placa, que foi repassada à Polícia Civil.
— Ela me disse que eles discutiram na saída da rua e ele jogou o carro por cima da moto. Nada vai trazer meu marido de volta, ele destruiu minha vida — lamentou Renata.