O Consulado Geral da Itália em Porto Alegre foi alvo de um protesto, no final da manhã desta quarta-feira (1). Segundo a Brigada Militar (BM), um grupo de cerca de 15 adolescentes se aproximou do prédio localizado no bairro Menino Deus, por volta das 11h, disparou rojões para o alto e espalhou panfletos no chão.
— Assustou muito a gente. Mas era bem barulho de fogos de artifício mesmo — contou a manicure Dina Fagundes, 39 anos, que acompanhava o trabalho da polícia no local.
Uma faixa foi estendida na frente do edifício, com o mote da manifestação, que pede liberdade ao anarquista Alfredo Cospito, detido na Itália e que aguarda julgamento por atentados.
Ninguém ficou ferido na ação desta quarta-feira na capital gaúcha, e também não houve danos à construção, de acordo com o tenente-coronel Alexander Pereira Cardozo, comandante do 1º Batalhão da Brigada Militar.
— Foi uma ação que durou segundos. Eles vestiam máscaras e fugiram pela Rua Silveiro em direção ao morro Santa Tereza — complementa o comandante.
Próximo ao meio-dia, a calçada da Rua José de Alencar foi bloqueada, entre as ruas Antenor Lemos e Grão Pará. O trabalho no consulado foi temporariamente suspenso. No chão, além dos materiais impressos, podiam ser vistos resquícios dos fogos deflagrados.
Esse é o segundo ataque ao consulado em poucos meses. Em dezembro, um barril de óleo foi arremessado contra a construção, em outro protesto com o mesmo foco do desta quarta-feira.
Alfredo Cospito, 55 anos, é um anarquista preso em regime de isolamento na Itália, por um atentado a bomba contra um quartel das forças armadas do país, em 2006, e por balear o diretor de uma empresa de energia nuclear, em 2012. Ele ainda enfrenta um julgamento em que pode ser condenado à prisão perpétua.