Um primeiro chamamento para empresas que queiram realizar um estudo de reforma para a chaminé do Gasômetro não teve empresas interessadas. A prefeitura não recebeu nenhuma proposta no prazo estipulado, nesta segunda-feira (3). Agora, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) vai revisar os parâmetros da proposta e voltar a apresentá-la ao mercado. O valor que o Executivo municipal estava disposto a pagar pelo laudo era de R$ 108,3 mil.
O titular da Smoi, André Flores, explica que a prefeitura tenta contratar uma empresa para fazer o laudo para concretizar a doação da Usina por parte da União. O serviço não é feito pela própria secretaria por se tratar de um conhecimento especifico.
— Não por ser caro, mas sim pela especificidade técnica da chaminé. Queremos descobrir em qual situação está a estrutura e quanto custará para a recuperarmos — ele explica.
Prestes a completar 94 anos de existência, a usina termelétrica desativada e apelidada de Gasômetro passa por mudanças estruturais. Responsável por expelir gases na queima de carvão que transformava calor em energia elétrica no começo do século 20, a chaminé de 117 metros de altura virou um cartão postal de Porto Alegre.
Na terça-feira (4), uma equipe da SP Parcerias vem até Porto Alegre para realizar análises técnicas na estrutura da Usina do Gasômetro, em obras desde 2020. A ideia — já anunciada pela Secretaria Municipal de Parcerias (SMP) ainda em 2021 — é conceder o ponto turístico à iniciativa privada. A empresa de São Paulo faz estudo semelhante para a elaboração de um edital de parceria público-privada (PPP) que possibilite a construção de novos banheiros públicos em Porto Alegre.
As obras no prédio, com investimento de R$ 16,5 milhões — preço 44% maior do que o valor inicialmente contratado em novembro de 2019 —, deveriam ter sido entregues no começo de 2021. No entanto, repetidos atrasos e a reforma prevista da chaminé, ainda sem prazo para execução, prolongam ainda mais a espera para o retorno da população ao centro cultural.
Quando o prédio tombado como patrimônio histórico estiver pronto para voltar a receber o público, a Capital terá completado o circuito de estruturas reformadas nos últimos cinco anos. Do pontal onde antigamente estava o Estaleiro Só até o Cais Embarcadero, já são quase sete quilômetros ininterruptos de atrações promovidas por empresas privadas em parceria com o poder público — com exceção do Anfiteatro Pôr do Sol, outra estrutura que a prefeitura estuda conceder para a iniciativa privada.