A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou a doação do prédio da Usina do Gasômetro a Porto Alegre. Em agosto do ano passado, o prefeito Sebastião Melo havia solicitado à Aneel a doação definitiva do imóvel, que é cedido à prefeitura pela Eletrobras desde 1982.
Em reunião com a diretoria da agência nesta terça-feira (28), em Brasília, onde cumpre agenda para buscar recursos para obras de infraestrutura, o prefeito comemorou o despacho favorável para que o imóvel passe oficialmente a integrar o patrimônio municipal.
— Restam apenas alguns detalhes burocráticos com a Secretaria do Patrimônio da União, mas é um passo muito importante dentro dos 250 anos de Porto Alegre para que este bem esteja escriturado no patrimônio da cidade — enfatizou.
O prédio está listado como um dos Bens da União sob Administração da Eletrobras (Busa). A usina termelétrica (UTE) era explorada pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e foi fechada em 1977, mas teve a administração, guarda e posse dos bens e das instalações mantidos com a própria companhia, por meio de convênio entre as duas estatais. As instalações são consideradas inservíveis para o setor elétrico.
Revitalização
A obra de revitalização da Usina do Gasômetro foi iniciada em 2020 e atingiu 45% de execução. Já foram realizados os serviços de demolições, fundações, impermeabilizações e a execução dos banheiros. Atualmente, a obra está voltada a serviços estruturais de cinemas, escadas, contrapisos e fechamento de paredes de alvenaria. No entanto, os trabalhos estão suspensos desde outubro do ano passado.
O projeto prevê que todos os espaços sejam 100% acessíveis e que recebam equipamentos modernos, mantendo a essência de exibição de espetáculos experimentais. Para maior segurança, está prevista a modernização da infraestrutura do prédio. O cinema, por exemplo, deve sair do terceiro andar e ir para o térreo (embaixo do teatro). Duas novas escadas, uma voltada para a Praça Júlio Mesquita (do aeromóvel) e outra para acesso ao terraço, reforçarão a independência dessa área.
No segundo pavimento deve ser inaugurado o Teatro Elis Regina, no formato de arena — assentos em volta do palco poderão abrigar até 300 pessoas. Um restaurante deve ocupar parte do terraço. A empresa executora é o Consórcio RAC/Arquibrasil.