A secretária municipal de Parcerias Estratégicas de Porto Alegre, Ana Pellini, falou na manhã desta quarta-feira (12) ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, sobre o desejo da prefeitura de firmar parcerias na forma de concessões para os parques da Capital. Segundo ela, a intenção é "permitir que mais pessoas acessem essas áreas com segurança, com qualidade". A prefeitura de Porto Alegre apresentou na terça-feira (11) as principais estratégias para qualificação do uso dos espaços públicos da cidade.
Ana elencou possíveis formas de captação de recursos que um concessionário poderá praticar, que vão desde exploração publicitária dos locais até um estacionamento subterrâneo, eventos esportivos, atrações artísticas, quiosques e restaurantes. Ela ainda afirmou que os contratos não irão prever o cercamento dos parques nem a cobrança de ingresso para acessá-los, e que ambulantes regularizados na prefeitura terão seus direitos preservados.
A secretária disse que o Parque Farroupilha e o Parque Marinha do Brasil passaram por estudos de viabilidade econômica para possíveis contratos. Segundo ela, a pesquisa conduzida ao longo de um ano pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) identificou que ambos se sustentam economicamente, e que a Redenção ainda pode vir a ser uma fonte de recursos para outra área da cidade, a praia do Lami. O Brique da Redenção, a Feira Ecológica e o Araújo Viana, não farão parte do lote a ser ofertado.
— Segundo o estudo, tanto a Redenção quanto o Marinho do Brasil se sustentam economicamente. E a Redenção, como ela tem mais hipóteses (de arrecadação), ainda dá para incluir o calçadão do Lami, que é um desejo forte da cidade de ter aquela praia, a praia de Porto Alegre, o calçadão do Lami, de ter sempre bem adequada com casinha de salva-vidas, com quiosque para churrasco, essas coisas todas que acabam trazendo mais pessoas ainda para aquele local — afirmou Ana Pellini.
A secretária ainda complementou dizendo que o plano é ofertar dois lotes de concessão, um deles contemplando Parque Farroupilha juntamente com o calçadão do Lami, e um outro com o Parque Marinha do Brasil. Os dois contratos teriam duração de 30 anos.
— E o que pode se fazer na praia do Lami? Pode colocar comércios gastronômicos, bancas, quiosques e também explorar esportes aquáticos. Porto Alegre tem uma grande vocação de áreas esportivas. Nós temos a Orla 3, que é maravilhosa, a maior pista de skate da América Latina, 29 quadras esportivas... Do outro lado, o Marinha do Brasil, que será o pacote esportivo agora, que tem também muitas quadras esportivas e teve também a primeira pista de skate da América Latina. Então, nós temos essa história — disse a secretária
Contrapartidas
Uma das contrapartidas a serem pautadas a um futuro concessionário, segundo Ana, é a criação de uma pista somente para ciclistas, visando encerrar a disputa com skatistas na Orla 3.
— Tem que ter um lugar para que este esporte ocorra. Então, no Marinha, no velódromo, está projetada uma pista para uso destes ciclistas que fazem aquelas manobras radicais — explica, referindo-se à modalidade de Bike BMX.
Sobre o estacionamento subterrâneo na Redenção, a secretária lembra que este é um plano antigo da cidade, no entanto, o montante de R$ 80 milhões é um empecilho para sua implementação:
— A grande dificuldade nem é técnica, porque as tecnologias de hoje em dia já permitem estacionamentos subterrâneos em vários locais, a gente vê experiências bem sucedidas. Mas é caro, R$ 80 milhões é um investimento grande, e isso é o que inviabilizou, no passado, a instalação, porque a demanda existe.
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