Aos poucos, o prédio que abrigava a antiga Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic) de Porto Alegre, ao lado do Túnel da Conceição, está sendo demolido. Contratada pela Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap), a empresa Base Demolições & Serviços começou as obras em maio e tem prazo de cinco meses para a conclusão dos trabalhos — mais especificamente, até 5 de outubro.
O serviço está 30% concluído, segundo o titular da Smap, André Barbosa, e segue dentro do cronograma. O secretário explica que a demolição ocorre de cima para baixo e a cada andar é preciso colocar vigas de madeira para evitar que o piso caia.
— Também teve que ser feito todo o escoramento pro lado do Colégio Marista Rosário. Isso não é perceptível para quem passa ali, mas tem vários andaimes com escoras para não desabar a parede — ressalta.
É uma demolição manual, sem uso de explosivos ou retroescavadeira, segundo Barbosa, para que o trabalho ocorra sem desabamentos. A exceção ocorreu no anexo de um andar que ficava atrás do imóvel e pôde ser colocado abaixo com equipamentos pesados.
Terreno está avaliado em quase R$ 7 milhões
Inaugurado em 1972, o prédio na Avenida Osvaldo Aranha tem 3.813 m², com 1.358,62 m² de área construída.
Em janeiro do ano passado, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) entregou à prefeitura de Porto Alegre um pedido de cessão de uso do imóvel para implementação de um parque tecnológico. Após um ano de tratativas, a universidade desistiu da parceria. Em março deste ano, o local foi ocupado por um grupo indígena. Eles reivindicavam a criação de uma Casa do Estudante indígena pela UFRGS no local.
A decisão pela demolição ocorreu após a emissão de um laudo, pela Secretaria de Obras e Infraestrutura (Smoi), que atestava não haver condições de habitabilidade no prédio — havia uma degradação estrutural na edificação, com risco de desabamento. Por anos, o lugar foi utilizado como ponto de uso de drogas e de furtos. Foram encontrados, ainda, focos de proliferação do mosquito transmissor da dengue.
Além da demolição, os trabalhos incluem separação, remoção e transporte dos entulhos gerados. O valor final dos serviços será de R$ 351,95 mil.
O terreno está avaliado em quase R$ 7 milhões sem a edificação. O local integra lista de mais de 90 bens municipais que, em maio, obtiveram autorização legislativa para venda.