Ao lado da entrada do Túnel da Conceição, o prédio onde funcionava a Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic) definha: tem o teto desabando, janelas quebradas e paredes pichadas. Anunciada no começo do ano, o plano de transformar o edifício de cinco andares em um parque tecnológico da UFRGS ainda não saiu do papel. Mas prefeitura de Porto Alegre e universidade reforçam que ele está vivo — e avançando.
O objetivo é assinar ainda neste ano o contrato de concessão do prédio, do município para a UFRGS, que investirá na reforma e na revitalização. Segundo o pró-reitor de Inovação e Relações Institucionais da federal, Geraldo Pereira Jotz, a expectativa é de ter a obra concluída em 2022, ano em que a Capital completa 250 anos.
Mas há uma série de burocracias que a universidade precisa seguir. Neste momento, a Pró-Reitoria de Planejamento está avaliando o investimento (há uma projeção de que a reforma e revitalização fique na ordem de R$ 5,2 milhões) e, na sequência, a demanda passará para decisão do reitor. Inicia-se então a elaboração de um anteprojeto, que dirá o que vai ter em cada andar.
— Queremos ter um café, salas para empresas, para startups, e no último andar, a "sala das cidades". Quando as pessoas chegarem em Porto Alegre e quiserem conhecer o Pacto Alegre, poderão ir lá — adianta, lembrando que o edifício deverá sediar o pacto que envolve também PUCRS, Unisinos e dezenas de entidades da sociedade civil para pensar projetos inovadores para a cidade.
O secretário municipal de Administração e Patrimônio (Smap) da Capital, André Barbosa, reforça o interesse da prefeitura em ceder o espaço para o parque tecnológico.
— Se a UFRGS quiser, a gente assina amanhã — afirma.
Segundo o secretário, há pressa porque o prédio só gera gastos para o município e tem ampliado a insegurança na região, por ter virado um ponto de consumo de drogas e prostituição. Ele está abandonado desde 2017.
Barbosa ressalta que o município está respeitando o tempo para os trâmites da UFRGS. Se a universidade desistir, a prefeitura poderá vender o espaço — o imóvel é estimado em aproximadamente R$ 7 milhões.