As adesões ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) da Carris, companhia municipal de ônibus de Porto Alegre, foram encerradas na quinta-feira (14), às 23h, com 370 inscritos. A marca equivale a 92,5% do teto de 400 inscrições que havia sido estabelecido pela empresa. Foram cerca de 145 motoristas e 120 cobradores que aderiram ao PDV - além de diversos colaboradores de outras áreas, como mecânicos, auxiliares administrativos, chapeadores, fiscais e marceneiros. Os dados detalhados ainda estão sendo compilados e devem ser divulgados na próxima semana.
— Esse número é bom pois, embora tivéssemos estipulado um teto de 400 inscritos, achávamos que teríamos uma procura de no máximo 280 pessoas. Então superou essa expectativa, fiquei satisfeito, pois com isso a Carris reduz a sua massa laboral que estava ociosa. E o prêmio do PDV foi bem calibrado, as pessoas estão satisfeitas — afirma o presidente da companhia, Maurício Cunha.
As inscrições no PDV começaram no dia 21 de março e a intenção desse movimento, segundo a prefeitura da Capital, é adaptar o quadro de colaboradores à atual estrutura da companhia, que tem encolhido nos últimos anos. O presidente informa que o plano era reduzir em 25% a força de trabalho da companhia, objetivo que de fato foi alcançado com estas 370 inscrições no PDV. A estimativa é de que haja uma redução mensal de despesa na ordem de R$ 1,5 milhão por mês, o que permitirá que o valor investido no plano seja recuperado dentro de aproximadamente 14 meses.
Segundo Cunha, existe a possibilidade de que os cobradores de ônibus que permanecerem na empresa sejam remanejados para outras funções, dado que, por força da lei que entrou em vigor neste ano e prevê a extinção dos cobradores na Capital, a Carris vai anualmente diminuir em 25% o seu número de cobradores.
— Faremos um estudo administrativo e vamos lançar editais internos para recolocar cobradores que estão sendo retirados da operação e alocá-los em outros setores em que vamos precisar de gente. Já verificamos que vamos precisar de pessoal no setor da recebedoria, limpeza e lavagem dos ônibus, recepção e vistoria dos ônibus, por exemplo — afirma Cunha.
A premiação para quem vai deixar a empresa ficou com um valor médio de R$ 75 mil, podendo chegar a até R$ 120 mil. Além disso, os servidores deverão receber outros benefícios como repasse de R$ 9 mil que corresponde a seis meses do seguro desemprego, três meses de aviso prévio e garantia de manutenção do plano de saúde. A esse montante soma-se a indenização. Os valores têm origem no próprio Tesouro municipal.