Não está fácil nem para o Homem Aranha trabalhar no calor que faz em Porto Alegre. Com temperatura no asfalto marcando 42ºC na manhã deste sábado (22), Raí Brum, 27 anos, manteve a venda de pipocas na sinaleira da Avenida Ipiranga com a Erico Veríssimo. Para lidar com o abafamento, mas ele adaptou o uniforme: tirou as luvas e trocou o sapato pelo chinelo.
— É forma de sustentar a minha família. Tive que me reinventar por causa da pandemia — conta o vendedor, que antes trabalhava com arte em camisetas.
Mesmo com o sol forte, ele chega às 8h e segue até a noite para garantir o sustento da família.
— Muitas vezes em penso em desistir, a vontade de ir embora dá toda a hora, mas daí eu penso na minha família, na minha esposa, no meu filho, isso que é o combustível que me faz ficar aqui debaixo dessa roupa.
Frequentadores de parques também enfrentam calor
Quem quis manter o hábito de se exercitar ou até tomar um chimarrão nos parques e áreas de lazer de Porto Alegre enfrenta o calor. A reportagem de GZH circulou com um termômetro e constatou que, por volta de 9h30, a temperatura no Parque Moinhos de Vento era de 34ºC. Na sombra, a situação não amenizava muito, ficando em 32,7ºC. Apesar da sensação de abafamento, o zelador Ederson de Souza Silva, tomava um chimarrão com a esposa e a cachorrinha do casal, Tita.
— Não abro mão do chimarrão. É tradição de família — contou ele.
Perto deles, estava outro adepto do mate. O médico e professor universitário Jair Ferreira aproveitou uma sombra para sentar e tomar um chimarrão.
— É sombra e água quente! Faz parte e é um complemento da atividade social — brincou.
No Parque da Redenção, o termômetro marcou 36ºC perto das 10h30; o marcador da rua exibia 39ºC. No asfalto da Avenida José Bonifácio, chegou a 43ºC. O calor ajuda o vendedor de bebidas Reginaldo Lopes, que garantiu bastante gelo e preparo do carrinho já em casa para garantir o refresco de quem passa no local.
— Tem toda uma estratégia. Toda a hora estou no gelo (…), no verão é sempre bem-vindo! - se diverte o vendedor.