Via que receberá o projeto Rua Completa, a Vasco da Gama, no bairro Bom Fim, terá sua recuperação asfáltica concluída até o final de janeiro de 2022. Para isso, a maior parte da ciclofaixa que percorre a rua já foi apagada. Assim que o asfaltamento estiver pronto, será delimitada novamente, mas uma antiga polêmica com os ciclistas não será desfeita.
Mesmo com a oportunidade aberta pela obra de refazer a sinalização da ciclofaixa, será mantida a travessia de um lado para o outro da Vasco. Em 2014, época de construção da ciclofaixa, uma foto do traçado exclusivo para bicicletas atravessando a rua chegou a gerar discussões nas redes sociais, devido ao risco para os ciclistas ao terem de trocar de lado.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que a transposição entre a Miguel Tostes e a Ramiro Barcelos será mantida “porque torna o ingresso de veículos da Goethe para a Vasco mais seguro para os ciclistas, minimiza a perda de vagas de estacionamento e evita a criação de um terceiro tempo semafórico no cruzamento da Vasco com a Miguel Tostes”.
A permanência da troca de faixa é criticada. Desde 2011, a cicloativista Tássia Furtado, 37 anos, integra o grupo Bike Anjo Porto Alegre. Tássia comenta que, além de ciclista, ela é motorista e, sob as duas perspectivas, a mudança de faixa é negativa. Para os ciclistas, atrapalha a pedalada, um elemento essencial aos praticantes do esporte. Para os motoristas, dificulta o cuidado com a localização de quem está pedalando. A ciclista conta que durante um bom tempo utilizou a ciclofaixa da Vasco quando estava a caminho da universidade.
— Nós, ciclistas, gostamos muito da fluidez, algo que essa mudança de faixa não favorece, pois quebra toda a sequência da via. A ciclovia representa uma área de segurança para os ciclistas. Elas têm que ser pensadas para os mais frágeis. Para aquela pessoa que está levando uma criança ou carregando compras. A mudança de lado, principalmente no meio de quadra, é muito ruim. Não se faz uma faixa de segurança no meio da quadra também por isso — comenta.
Rua Completa pretende humanizar a via
A aplicação do asfalto na Vasco já foi realizada em trecho de pouco mais de um quilômetro, e faltam ainda detalhes de sinalização, segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb). Os serviços contaram com 8.331 metros quadrados de pavimento, limpeza de 1.316 metros de rede de drenagem e 43 bocas de lobo, além da execução de 48 rampas de acessibilidade ao longo do trecho.
Com recurso doado pela população, por meio do projeto Troco Amigo, e pelo Mercado Brasco, trechos da Vasco da Gama e da Irmão José Otão terão pintura de ilhas para pedestres, com tachões e balizadores, a exemplo do que foi feito na Rua João Alfredo, na Cidade Baixa. Na área de urbanismo tático do cruzamento com a Fernandes Vieira, também serão instalados mobiliários (bancos, floreiras e paraciclos) para tornar a via um local público de permanência, e não só de passagem.
Esse novo desenho da via, segundo a EPTC, pretende humanizá-la e dar mais segurança aos frequentadores da região.