A prefeitura de Porto Alegre recebeu nesta terça-feira (19) uma doação de materiais para a implantação de um projeto de Rua Completa no bairro Bom Fim. O objetivo é qualificar a sinalização viária. O recurso foi doado pela população, por meio do projeto Troco Amigo, e pelo Mercado Brasco, comércio de bairro que busca resgatar o espírito de vizinhança.
O projeto-piloto de sinalização na região se estenderá pelas ruas Vasco da Gama e Irmão José Otão, da Avenida Mariante até a Rua Dr. Barros Cassal. A ideia é instalar ciclovias, ilhas para pedestres, tachões e balizadores em todo o trecho. A cola para tachões e os balizadores foram comprados com as doações da população, pelo projeto Troco Amigo. O material será utilizado para a sinalização de várias ciclovias, da Vasco, Bento Gonçalves, entre outras.
Na área do cruzamento com a Rua Fernandes Vieira também serão instalados mobiliários (bancos, floreiras e paraciclos) para tornar a via um local público de permanência, e não apenas de passagem. Ainda não há prazo para a implantação.
— Ficamos muito felizes, muito contentes com a melhoria da vida na rua. A gente sempre se preocupou com a segurança de pedestres e ciclistas — afirma Gabriel Drummond, proprietário do Mercado Brasco. — São pequenos atos que criam uma ponte entre o poder público e a sociedade, via nossos clientes. A gente conseguiu apoiar uma causa muito importante e endossar nossa posição na sociedade como interessados em apoiar os ciclistas.
O conceito de Ruas Completas busca soluções de desenho urbano para oferecer uma experiência mais segura. De acordo com a prefeitura, é uma tendência mundial que tem como objetivo distribuir o espaço de maneira mais democrática, com espaço para motoristas, ciclistas e pedestres, além de incentivar a ocupação da cidade. A Rua João Alfredo, no bairro Cidade Baixa, é a primeira Rua Completa da Capital.
— O objetivo da nova proposta é a humanização das vias e, a partir de um piloto, replicar em outros trechos da Capital projeto semelhante, sobretudo em áreas com concentração de comércio e intensa circulação de pessoas — explica a engenheira Alessandra Both, coordenadora de Projetos de Mobilidade Sustentável da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Segundo o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires, o novo desenho da via dá mais segurança aos frequentadores da região.
— Muitos motoristas desciam a Fernandes Vieira em velocidade acima da compatível. A sinalização ostensiva, com espaços delimitados para pedestres e ciclovias, faz com que a velocidade média do trecho reduza, o que também diminui a chance de acidentes, principalmente com mais gravidade — explica.
A EPTC é autorizada a receber doações de materiais mediante abertura de expediente administrativo. Quem desejar colaborar, pode enviar e-mail para eptc@eptc.prefpoa.com.br.