O serviço de bicicletas compartilhadas em Porto Alegre pode ter novidades em breve. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), o edital que deve escolher a operadora está sob análise da Procuradoria-Geral do Município (PGM) e deve ser finalizado em breve, com possível publicação ainda este mês.
Conforme a pasta, está sendo proposto que a escolha seja feita não por licitação, mas por credenciamento. Assim, as empresas interessadas que cumpram com os pré-requisitos poderão disponibilizar as bikes na cidade, podendo ser mais de uma interessada contemplada. Além disso, o contrato atual está por vencer e não pode mais ser renovado.
— Com a experiência do contrato atual, sentimos necessidade de um modelo de negócio mais flexível. No acordo vigente, mesmo que quiséssemos e a empresa estive disposta a fazer, não poderíamos ter alterações, como incluir bicicletas elétricas, por exemplo — explica Julia Freitas, gerente de Desenvolvimento e Inovação da EPTC (GDIN).
Conforme a EPTC, o interesse em uma nova forma de viabilização do serviço, mais maleável, surgiu de dificuldades como pouca flexibilidade para a prestadora promover alteração na política tarifária ou mesmo mudanças nas tecnologias que podem repercutir no preço cobrado pelo serviço, mesmo quando há maior vantagem para os clientes em termos de custo-benefício; necessidade de aprovação pelo poder público de qualquer alteração, inclusive em aspectos que envolvem a relação da prestadora com os clientes; restrição a uma única operadora no município, o que afasta outras interessadas, bem como outros potenciais patrocinadores desses serviços; dificuldade de atualização no preço de acordo com o mercado e impossibilidade de implantar políticas de descontos, promoções, parcerias com terceiros, entre outros.
O novo modelo, se aprovado pela PGM, deve oferecer pluralidade de concorrência, não limitando o número de prestadoras. Entre as possibilidades que interessam à EPTC estão disponibilizar bicicletas elétricas e infantis, além de implantar novas estações em pontos isolados da rede para democratizar o uso do serviço.
— O credenciamento também é contínuo, possibilitando novas operadoras no decorrer do caminho — ressalta a gerente.
Exemplo de São Paulo
Em São Paulo, o serviço é feito por mais de uma empresa. O Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV) de São Paulo, afirma que regulamentou o sistema de compartilhamento de bicicletas em setembro de 2017. A regulamentação cria condições para uma operação responsável e permite a coexistência de diferentes operadoras na prestação desses serviços, segundo o CMUV.
Seis empresas prestam o serviço atualmente: BikeFácil, M2 Soluções, Scoo, Serttel, Trunfo e Yellow. Cada empresa tem seu aplicativo e planos para pagamento que podem variar - como cobrança por trecho ou planos mensais, por exemplo.
A regulamentação permite a operação com estações e no sistema dockless (georreferenciado, sem estações físicas), proporcionando maior conexão com o sistema de transporte público e contribuindo para a expansão das bicicletas compartilhadas para a periferia. A regulamentação contou com a participação das interessadas e da administração municipal.
A prefeitura de São Paulo, por meio do CMUV, pontua que está aberta a qualquer empresa interessada em operar o serviço, desde que sejam cumpridos os requisitos para credenciamento e operação.