Com dívidas de quase R$ 2 milhões, o Clube Farrapos esteve prestes a ir a leilão. A data chegou a ser marcada para esta quarta-feira (12), mas houve a negociação de um parcelamento dos débitos à União.
O presidente, coronel José Roberto Rodrigues, esclarece que se trata de "dívidas fiscais de anos anteriores". Segundo decisão da Justiça Federal do dia 3, enquanto for pago o parcelamento acordado, o imóvel não vai a leilão. O clube é avaliado em R$91 milhões.
Mas o clube dos oficiais da Brigada Militar, localizado na Avenida Professor Cristiano Fischer, na Capital, também tem amargado os efeitos da covid-19 sobre o setor de eventos. A maior parte da receita do clube vinha do aluguel dos três salões, o maior, com capacidade para mil pessoas.
— Esperamos que o problema da covid-19 amenize e a gente consiga retomar os eventos. Porque a gente tem condições de manter o distanciamento — diz o presidente.
O número de sócios do Clube Farrapos, criado em 1944, ainda está em queda nos últimos anos. Já chegou a ter cinco mil associados, mas conta com um quadro de pouco mais de 300 hoje. Há 59 anos no clube, Rodrigues destaca que esse é um cenário comum aos clubes sociais, e imagina que isso tenha a ver com os condomínios fechados.
— Os clubes têm um grande rival que são os condomínios, que têm espaço gourmet, piscina térmica, salão de festa, cancha de esporte. E é mais fácil ficar no seu prédio.
Há cerca de cinco anos, o clube dispõe apenas dos salões, sem oferecer piscinas aos associados. O presidente explica que foi encontrado um problema estrutural na piscina de concreto e não havia receita para a reforma.
Para conseguir manter a estrutura, o Clube Farrapos avalia a possibilidade de se desfazer de parte da área de oito hectares. Rodrigues afirma que existe negociação com uma empreendedora, cujo nome não revelou, para fazer uma permuta dos terrenos: o clube entrega parte da área, e a construtora devolve uma área construída. Ele afirma que ainda não é possível dar mais detalhes dessas conversas.