Reduto de uma boemia chique da Capital, com happy hours regados a espumante em vez de cerveja, a Champanharia 690 fechou as portas em março por efeitos da pandemia de covid-19. Servindo desde 2003 à venda de espumantes nacionais e internacionais, inicialmente com a Champanharia Ovelha Negra, o imóvel quase centenário foi colocado à venda.
À frente da 690, José Asmuz Júnior estava no ponto há três anos, na esquina da Duque de Caxias com a Bento Martins, no Centro Histórico. Ele relata que boa parte dos clientes trabalhava no Palácio Piratini e na Assembleia Legislativa, e como há muita gente em home office, caiu consideravelmente o movimento.
- Ficamos esperando um ano na pandemia, mas daí não aguentei - relata.
No anúncio na internet, o espaço de 175 metros quadrados de área construída, fracionado em três diferentes prédios, foi colocado a venda por R$ 750 mil. O corretor explicou que o imóvel está disponível para prestação de um serviço compatível com o espaço, como restaurante, farmácia, bar/cafeteria/ delicatessen, academia, clínica, mini shopping. Os donos do imóvel não quiseram conversar com a reportagem.
A construção é de 1927, e há relatos de que os túneis que partem do subsolo do Palácio Piratini chegam até debaixo dela. Explorando o charme do imóvel antigo, a Champanharia Ovelha Negra era conhecida como a primeira do Brasil com essa proposta. O negócio foi inspirado em casas de Barcelona, na Espanha.