Na manhã desta terça-feira (16), em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, analisou o cenário atual da pandemia na cidade, falou sobre as medidas que podem ser adotadas pela prefeitura em relação às restrições e fez críticas à suspensão da cogestão por parte do governo do Estado.
Referente à superlotação de hospitais, Melo relatou que visitou todas as emergências da cidade, identificou os principais problemas e está trabalhando para achar soluções. Sobre os leitos, destacou a criação de mais de 600 vagas em leitos clínicos e 200 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). De acordo com ele, "a abertura de leitos é finita e a doença é infinita", mas é melhor que o paciente esteja dentro de um hospital, mesmo com as estruturas superlotadas, do quem sem assistência:
— Sei que têm limites, mas o hospital sempre vai poder pôr mais alguém. E estar dentro do hospital é melhor do que não estar. É difícil, reconheço o que os profissionais da saúde estão dizendo, mas é o momento que todos nós precisamos dar as mãos para poder salvar pessoas.
O prefeito também disse que a gestão municipal não fará hospitais de campanha, porque, de acordo com ele, são caros e demorados. A ideia é aproveitar estruturas já existentes, como o Sanatório Partenon e o Hospital Belém Velho.
De acordo com Melo, o caminho mais rápido de dividir a responsabilidade pela gestão da crise causada pela covid-19 é pelo sistema de cogestão. Disse que o governador Eduardo Leite decidiu, de forma "unilateral", suspender a medida:
— Se ela (cogestão) é para valer, ela não pode ser temporária. Somos parceiros para ser cogestores. Se tem que abrir mais, vamos abrir mais. Se precisa fechar mais, fechamos mais.
Questionado sobre como seria sua gestão de crise, Melo afirmou que não fará nada até que haja uma decisão por parte do governador, mas destacou que, entre as medidas que a prefeitura poderia tomar, caso haja uma bandeira própria, seria a restrição em relação ao transporte público e espaços como parques e Orla.
Atividades econômicas seriam mantidas. Na entrevista, Melo também falou sobre IPTU e confirmou que o projeto que prevê o cancelamento dos aumentos do imposto será encaminhado para a Câmara dos Vereadores em breve.