Além de perder milhares de vegetais, e em parte por causa da queda dessas árvores, áreas da cidade ficaram no breu durante e depois do temporal. Segundo a CEEE, mais de 400 mil clientes ficaram sem energia elétrica por causa do evento. O vendaval provocou, ainda, a queda de 720 postes de luz e exigiu a reconstrução de 250 quilômetros de redes.
A falta de energia se desdobrou em diversos percalços. Enquanto moradores e estabelecimentos chegaram a ficar até cinco dias sem luz, alguns órgãos públicos tiveram serviços afetados pela falta de energia. Foi o caso do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) que, com unidades desabastecidas, teve de interromper o fornecimento de água em alguns pontos da cidade.
O episódio exigiu diversos reparos e motivou investimentos da companhia no sistema elétrico. Entre 2016 e 2020, foram construídas 10 novas subestações e ampliadas duas, além da construção de 10 novas linhas de transmissão, totalizando mais de R$ 1 bilhão em investimentos.
Segundo a CEEE, o plano de contingências foi aprimorado, e os eventos passaram a ser acompanhados em tempo real. Também é realizado um acompanhamento meteorológico.
As mudanças se refletiram no mais recente evento adverso de grandes proporções, um ciclone-bomba que atingiu o Estado no ano passado. Embora tenha afetado quase o dobro de clientes do temporal de 2016, causou menos estragos, e o serviço foi restabelecido mais rapidamente do que cinco anos atrás.
A companhia destaca que o principal causador de problemas durante esse tipo de evento são as árvores, especialmente na Capital, onde 90 % das interrupções no fornecimento em temporais são ocasionadas por vegetação. A avaliação retoma a discussão sobre a extensão da rede subterrânea da Capital, alternativa defendida por diversos especialistas, mas descartada pela CEEE. Questionada sobre o assunto, a companhia disse que o cabeamento subterrâneo “é descartado no Brasil inteiro, pois elevaria em muito a tarifa paga pelo cliente''.