Após Canoas suspender as internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), GaúchaZH circulou pela área central do município na tarde desta quinta-feira (2). No eixo entre as ruas Tiradentes e 15 de Janeiro, incluindo o Calçadão, a circulação de pessoas era intensa por volta das 15h. Em lojas autorizadas para o recebimento de pagamentos havia formação de filas. A dona de casa Vera Rajane Cardoso, 71 anos, afirma que se atrasar é pior.
— Os juros são muito altos. Só saí de casa e já estou voltando. Eu não tenho medo de pegar o coronavírus, mas respeito ele e quero longe de mim — brincou.
Próximo à passarela de acesso à estação Canoas, da Trensurb, pelo menos cinco ambulantes vendiam meias, rapaduras e perfumes. Um deles, com a máscara pendurada no pescoço, abordava os clientes para oferecer produtos.
Já na parada de ônibus da Avenida Victor Barreto, muitos usuários aguardavam os coletivos.
— Os ônibus estão passando, vim para o centro só para comprar coisas para casa — disse a operadora de caixa Michelle Barros.
A prefeitura informou na quarta-feira (1º) que fechou cinco bares por descumprimento ao decreto da bandeira vermelha. Diante da dificuldade em repor os estoques de anestésicos nos hospitais, o município suspendeu novas internações em leitos de UTI.
— Estamos começando a fazer ações mais ostensivas para que a ficha caia para população, mas parece que não tem adiantado. Precisamos retornar ao ritmo de isolamento do final de março — avaliou o prefeito Luiz Carlos Busato.
O prefeito disse ainda que fará contato com entidades ligadas ao comércio para avaliar se lojas permanecerão abertas para o recebimento de pagamentos.
— Se isso que está ocasionando o fluxo de pessoas, vamos avisar o comércio que por uns dias não vamos permitir o recebimento — finalizou.