Correção: a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) POA e o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) defendem a retomada das atividades a partir do cumprimento dos protocolos preconizados pelos organismos de saúde, e não como publicado entre 21h17min e 10h47min. O texto foi corrigido.
Em reunião virtual com representantes de entidades empresariais nesta quarta-feira (22), o prefeito Nelson Marchezan afirmou que não há possibilidade de, neste momento, flexibilizar as restrições em Porto Alegre, sob risco de ocorrerem mortes por a estrutura de saúde não dar conta da demanda. O chefe do Executivo foi além: disse que seu governo segue estudando medidas para reduzir a circulação de pessoas como forma de frear o coronavírus.
Entre as hipóteses apresentadas e bem aceitas pelos empresários, estão rodízio de veículos, barreiras sanitárias e interdição de vias e passeios movimentados.
— Estamos buscando alternativas viáveis para diminuir a circulação. São alternativas aventadas. E estamos buscando outras para analisar — confirmou o prefeito a GaúchaZH, sem dar detalhes.
A reportagem apurou que as medidas teriam duração de 14 a 21 dias. Na avaliação de Marchezan, “os decretos não estão tendo a mesma eficácia que tiveram em março”. E ele voltou a dizer que, sem adesão da cidade, não será possível lockdown.
Na reunião, o prefeito pediu apoio dos empresários para barrar a contaminação e evitar o colapso do sistema de saúde, além de reconhecer que existe uma tensão devido ao esgotamento da população e às dificuldades financeiras.
— Tomara que tenhamos a diminuição de demanda por leitos de UTI nos próximos dias, mas neste cenário não temos como liberar atividades econômicas — salientou o prefeito.
O encontro também contou com a participação, por videoconferência, do secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, que apresentou dados da pandemia e detalhou a ampliação das estruturas de saúde — como leitos de UTI, testagem da população e tendas de atendimento para pacientes com suspeita de infecção por coronavírus
— É necessário frear a pandemia, pois nossas projeções indicam que vamos chegar ao esgotamento das estruturas hospitalares em breve — pontuou.
Entidades empresariais divergem
GaúchaZH confirmou que há uma divergência entre entidades empresariais sobre o nível de restrição. De um lado, estão Sindicato das Indústrias da Construção Civil no RS (Sinduscon) e Associação Brasileira de Shopping Centers, por exemplo, defendendo a liberação de suas atividades. De outro, o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), por exemplo, defende mais rigidez durante um período.
Tomara que tenhamos a diminuição de demanda por leitos de UTI nos próximos dias, mas neste cenário não temos como liberar atividades econômicas.
NELSON MARCHEZAN
Prefeito de Porto Alegre
— A gente têm que trabalhar em conjunto para que a população entenda a necessidade de ficar em casa durante 14 dias. Só assim conseguiremos retomar o mais rápido possível as atividades. O que adianta lockdown se as pessoas circulam igual?— pondera Henry Chmelnitsky, do Sindha.
Presidente do Sinduscon, Aquiles Dal Molin Júnior defende que o setor pode voltar aos trabalhos:
— A atividade pode ser retomada imediatamente. Ela não contribui para o contágio da covid-19. Estamos defendendo que as atividades de menor risco de contágio sejam liberadas, cumprindo rigorosamente os protocolos da prefeitura. A nossa atividade já tem um baixo risco de contágio. São áreas arejadas e há distanciamento nas tarefas.