A primeira noite após a publicação do decreto de liberação da prefeitura para a retomada do funcionamento de restaurantes e bares em Porto Alegre, devido à pandemia de coronavírus, foi de poucos estabelecimentos abertos. No entanto, os que estavam operando registraram movimento. A maioria dos locais seguia apenas no atendimento de tele entrega e takeaway.
Um dos locais mais movimentos era na Rua da República, no bairro Cidade Baixa, onde duas lancherias contavam com todas as mesas ocupadas. A chegada dos clientes foi comemorada por quem decidiu abrir já na primeira noite após o decreto.
— O movimento está bom, além do que esperamos, já que é o primeiro dia. Estamos tendo todos os cuidados possíveis — afirmou Karine Valença, uma das proprietárias do Ponto Lanches.
— Melhorou em 50% o nosso movimento, tanto no almoço como na janta. Essa retomada foi um suspiro para nós, pois a situação estava muito complicada — revela Douglas Costa, gerente do Sim Sala Bim.
Ainda na Cidade Baixa, algumas pessoas buscaram lugares menos movimentados para aproveitar a primeira noite de reabertura dos restaurantes.
— Procuramos outros locais em que costumamos ir, mas estavam fechados. Decidimos ficar por aqui, que está mais tranquilo. Precisamos seguir as orientações, para que essa situação possa se manter — afirmou o corretor de móveis Disney Fernando de Freitas.
Já na Padre Chagas, o movimento era mais fraco. A maioria dos restaurantes seguia fechada ou operando apenas por telentrega ou takeaway. Apenas um dos estabelecimentos abertos registrava maior movimento, no entanto, nem os responsáveis nem o grupo que estava no local quis falar com a reportagem.
Estado analisa regras da Capital
Os estabelecimentos seguem as regras do ramo de alimentação, e devem garantir distanciamento mínimo de dois metros entre as mesas, além das regras gerais: não exceder 50% da capacidade máxima de ocupação prevista no alvará de funcionamento ou no plano de prevenção contra incêndio, respeitar dois metros de distanciamento mínimo entre as pessoas e fornecer máscara de proteção facial aos colaboradores para uso no transporte coletivo (os empresários também podem fornecer esses equipamentos aos clientes, mas isso não está especificado no novo decreto como uma obrigação).
A decisão da prefeitura de que bares podem funcionar está sendo analisada pelo governo do Estado. O Executivo municipal entende que bares são similares a restaurantes e, portanto, estão aptos a reabrir.
Já o governo estadual, no decreto que classifica as regiões pelo sistema de bandeiras, proíbe a abertura de bares nas cidades em que se aplica a bandeira de cor laranja, como é o caso da Capital. Nas definições do Piratini, restaurante é considerado serviço de alimentação, enquanto os bares estão na classificação como artes, cultura, esporte e lazer, tendo, assim, mais limitações.