As podas e cortes de árvores em Porto Alegre, que se intensificaram nos últimos meses, seguem causando divergência entre moradores e comerciantes. Nesta quarta-feira (8), a reportagem passou pela Avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus, onde constatou que ao menos dez vegetais foram podados recentemente, entre a Aureliano de Figueiredo Pinto e a Ipiranga.
Funcionário de uma farmácia da Região, Renato Leguisamo não gostou da medida.
– Eu não gostei. Uma pelo aspecto que ficou. Parece que cortaram demais. E outra, que ficou sem sombra nenhuma. Acho que ficou estranho – disse.
Comerciantes da região, porém, comemoraram a ação da prefeitura:
– Já fiquei sem luz aqui porque um galho caiu na rede. Tive perdas. Eu acho muito bom. Esteticamente, ficou estranho, mas é bem melhor assim – afirmou Tulio Mariante, dono de uma padaria.
Outros comerciantes também gostaram da medida. A responsável por uma academia disse que já perdeu diversos equipamentos devido a galhos que atingiram a rede.
Desde junho 2018, aumentou o número de funcionários da prefeitura para realizar o serviço — passaram de sete para 15. Por isso, o Executivo, que estava sem contrato terceirizado para podas e supressões de vegetais de 2015, conseguiu mais do que quadruplicar a capacidade de atendimento, passando de cerca de 400 por mês para mais de 1,8 mil.
Na Getúlio Vargas, as árvores foram cortadas principalmente na copa, para a passagem de fios de luz. Procurada, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) afirmou que as podas são importantes para evitar transtornos.
"A Equipe de Manejo Arbóreo (EMA), da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), realizam serviços preventivos de podas e supressões de árvores em diversas ruas do bairro Menino Deus. Todos os atendimentos são referentes a protocolos abertos pela população, via Sistema Fala Porto Alegre – 156. Além de atender aos pedidos da população, o objetivo das ações é realizar o manejo arbóreo adequado – com vistoria, laudo e acompanhamento técnico – garantindo a segurança da população", disse a secretaria em nota.