A transformação é chocante: são 16 árvores a menos na Praça Padre Thomé – que, embora carregue esse nome, é uma rua com canteiro no meio –, em frente à Igreja Nossa Senhora das Dores, no Centro Histórico. Moradores têm publicado posts indignados nas redes sociais. E não há quem chegue à igreja sem levar um susto.
Mas, segundo a prefeitura, os plátanos precisavam sair dali. Todos corriam algum risco de queda, conforme nota enviada à coluna pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. Outras 13 árvores ainda foram podadas, completando a nova aparência da Padre Thomé: antes tomado por verde, o espaço agora é quase árido.
– Fiquei tão triste. Claro que, se elas podiam cair, talvez fosse preciso removê-las, mas nunca vi cortarem tantas – lamenta Gladis Simone, moradora do bairro que passeava com dois cachorros na sexta-feira (29).
A Secretaria de Serviços Urbanos lembra que, entre 2015 e 2018, Porto Alegre ficou sem contrato de podas de árvore. Quando a nova empresa assumiu, em julho do ano passado, havia uma fila imensa de vegetais precisando de intervenção: o número de serviços, segundo a secretaria, saltou de 400 para 1,8 mil por mês.
"Os engenheiros agrônomos que elaboram os laudos primam sempre pela permanência das árvores. A supressão do vegetal só ocorre quando sua permanência pode levar risco a seres humanos", garante a assessoria do órgão municipal. Mas haverá novos plátanos no lugar dos que foram retirados?
Quem responde pelos plantios é a Secretaria do Meio Ambiente: de acordo com o órgão, será avaliado "se o local apresenta características para receber reposição da arborização suprimida".
Com Rossana Ruschel