Pelo segundo dia consecutivo, um grupo de rodoviários amanheceu em frente às garagens das empresas de transporte nesta quinta-feira (19) para protestar contra o projeto que desobriga a presença de cobradores nos ônibus de Porto Alegre em determinados horários. Os protestos afetam a circulação de diversas linhas desde o começo da manhã.
Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), nenhum veículo havia saído da garagem da Sopal, na Zona Norte, até as 5h35min. Há ainda movimentação de manifestantes na Nortran, também na zona norte da Capital, e na Carris, na Zona Leste.
A EPTC repetiu a indicação do dia anterior, liberando as lotações para transportarem pessoas em pé. Além disso, as linhas Soul, Transcal e Vicasa — que circulam na Região Metropolitana — foram autorizadas a pegar passageiros em Porto Alegre até a normalização do serviço.
A ideia é que os manifestantes apenas conversem com motoristas e cobradores para convencê-los a aderir à paralisação. Na quarta-feira (18), no entanto, houve ações no sentido de bloquear as passagens dos ônibus.
Protestos nas garagens
Até as 5h25min desta quinta, cinco linhas ficaram paralisadas na garagem da Nortran: Chácara das Pedras, Passo das Pedras, Rubem Berta, Auxiliadora e Jardim Ingá. Um ônibus da linha Leopoldina e outro da Wenceslau Fontoura estavam circulando.
Na garagem da Viva Sul, na Zona Sul, todas as linhas estavam circulando. Os usuários das linhas da Trevo também não são atingidos pelo protesto.
Ainda na Zona Sul, a garagem da Belém Novo teve bloqueio entre 5h10min e 6h, mas os coletivos já voltaram a circular normalmente.
Caminhada após manifestação
Depois da manifestação nas garagens, a partir das 7h, os rodoviários saíram em caminhada em direção à Câmara Municipal, onde o projeto pode ser colocado na pauta de votação a partir das 14h15min. No Legislativo, eles começaram a ingressar de cinco em cinco por volta das 9h.
Na quarta-feira, a base do governo Nelson Marchezan viu frustrada a tentativa de decidir a questão. A pauta deveria ser analisada na parte da tarde, mas mais da metade dos vereadores não deu quórum para a votação.