O maior parque de Porto Alegre segue às escuras. Quando começa a entardecer, os usuários do Marinha do Brasil são obrigados a recolher correndo os seus pertences para deixar a área, que tem dezenas de postes de luz sem bojos e lâmpadas ou com fios arrebentados.
No começo de outubro, GaúchaZH e contabilizou 82 postes danificados entre as avenidas Ipiranga e Borges de Medeiros até o Ginásio Gigantinho e na ciclovia que liga a Borges à Edvaldo Pereira Paiva. Sete semanas depois, a reportagem retornou ao local e verificou que o problema não foi resolvido.
A iluminação se resume a áreas pontuais, como as quadras esportivas, a pista de skate e o estacionamento ao lado do Praia de Belas Shopping. Com a escuridão, até caminhar na calçada que cerca o parque se torna um desafio. Na parte da Avenida Borges de Medeiros, o trecho de quase 500 metros entre a pista e o estacionamento aberto próximo ao Viaduto Dom Pedro II não tem nenhum poste com lâmpada funcionando.
Leonardo Gadea, 32 anos, administrador, tenta "dar uma esticada" quando passa de bicicleta por ali de noite.
— Alguém pode sair do mato, te derrubar e levar a bike — teme ele.
O vigilante Otávio Gonçalves, 67 anos, atravessou o Marinha quando estava anoitecendo e atesta que a experiência "é terrível". Ele conta que já viu um casal sendo assaltado nesse horário.
No outro lado, junto à Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), a sequência de postes junto ao parque também segue às escuras. Do lado da Orla, há iluminação.
Na reportagem de outubro, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos informou, por meio de nota, que diversos trechos do Parque Marinha do Brasil sofrem vandalismo e furto de equipamentos de iluminação pública e que uma equipe estava "realizando projetos e orçamentos para reposição dos equipamentos nestes locais".
Nesta semana, a assessoria de imprensa da pasta justificou que o vandalismo foi bastante extenso no local e que parte dos materiais demandados não estava em estoque, por não serem da rotina das manutenções dos mais de 100 mil pontos de iluminação da cidade. Eles foram adquiridos e a reposição deve ser iniciada na semana que vem com previsão de finalização para a primeira quinzena de dezembro, podendo ser impactada por questões climáticas, já que exigem tempo seco para implementação, segundo a secretaria.