Que Porto Alegre é conhecida popularmente pela quantidade de bares e eventos boêmios, já se sabe. A Copa Internacional da Cerveja, realizada no início do mês de novembro no bairro Bela Vista, e o Porto Cervejeiro, que testa cervejarias como destinos turísticos, são provas disso. A novidade é que a cidade pode ganhar oficialmente um título de capital das microcervejarias.
O destaque da cidade enquanto polo cervejeiro é a razão do projeto proposto pelo deputado Mateus Wesp (PSDB), em tramitação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Ele acredita que a iniciativa será capaz de valorizar a vocação econômica e turística de Porto Alegre como cidade cervejeira, além de atrair novos empreendedores da rota boêmia.
— O sucesso de eventos como o Beer Tour e o Porto Cervejeiro são exemplos dessa representatividade do polo cervejeiro na capital e evidenciam a importância do fortalecimento do setor boêmio — explica.
Da mesma forma que o colega de partido, o vereador Moises Barboza propôs, no âmbito municipal, projeto que confere esse título à cidade. Para ele, o projeto irá fomentar o polo boêmio que já existe em Porto Alegre.
— A cidade já tem um roteiro gastronômico incrível. O que precisamos é divulgá-lo, para que haja crescimento desse setor — ressalta.
De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, o número de microcervejarias na Capital é expressivo: são 23 licenciadas e 37 registradas no Ministério da Agricultura, com uma estimativa de 400 fórmulas patenteadas.
O projeto ainda está em fase de tramitação e poderá ser votado em 30 dias na Assembleia e, na Câmara, em até três meses.
O que é uma microcervejaria?
Uma microcervejaria não deixa de ser fruto de produções artesanais. O que a difere, de acordo com o deputado, são os padrões de qualidade e segurança mais rigorosos, pois "nem toda cerveja caseira segue os critérios rígidos necessários para a fabricação, uma vez que também não há a necessidade ou a possibilidade de monitoramento constante por parte das autoridades sanitárias".
— Diferentemente das produções caseiras, as microcervejarias têm qualidades específicas, estão inseridas em uma escala industrial e comercial, estão sujeitas à fiscalização e, assim, proporcionam maior segurança para o consumidor final — explica Mateus.
Portanto, uma produção artesanal nem sempre pode ser considerada um empreendimento característico de microcervejaria.