A Polícia Civil encaminhou à Justiça, nesta quinta-feira (3), pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal do vereador André Carús (MDB) e de mais dois cargos em confiança que ele havia indicado à prefeitura de Porto Alegre. Os três foram presos durante operação na terça-feira (1º).
O parlamentar é suspeito de extorquir assessores. Em depoimento à polícia, na quarta (2), ele permaneceu em silêncio.
O delegado Marcus Viafore, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), informou que também foi solicitada a quebra de sigilos bancário e fiscal de outros investigados, mas, no momento, não está divulgando quem são e nem quantos são.
Viafore também não informa valores nem quantos assessores teriam sido lesados no suposto esquema, porque segue a análise de documentos e mídias apreendidos na operação. Em dois dias, já houve depoimento de pelo menos seis pessoas — incluindo os três presos e a presidente da Câmara Municipal, vereadora Mônica Leal (PP).
Além de Carús, outro detido ficou em silêncio durante depoimento. Já o outro preso, segundo o delegado, esclareceu todas as questões levantadas pela investigação, mas o teor do depoimento ainda não foi divulgado.
Sindicância na Câmara
A vereadora Mônica Leal depôs como testemunha de mandado de busca na Câmara e encaminhou à polícia imagens sobre bilhetes com ameaças contra Carús. Ela ainda abriu sindicância para apurar se licenças-saúde tiradas pelos servidores do parlamentar preso eram verídicas.
Outra sindicância poderá ser aberta para determinar se o emedebista será cassado ou não. Para ser colocada em prática a apuração, um pedido de cassação deverá ser feito.
O vereador, que nega todas as acusações, pediu licença por tempo indeterminado. A polícia ainda informou que está na fase de produção de provas e que novos fatos podem surgir, podendo até mudar o rumo de algumas apurações. Por isso, muitos detalhes ainda não foram repassados. Viafore também não divulgou até o momento o nome dos outros dois detidos.