A presidente da Câmara de Porto Alegre, vereadora Mônica Leal (PP), depôs por volta das 11h desta quarta-feira (2) na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na zona norte da cidade. Além de testemunha do cumprimento de mandado de busca policial na terça-feira (1º) na sede do legislativo municipal, ela entregou imagens de suspeitos colocando bilhetes anônimos contra vereador André Carús (MDB) — preso por extorsão a assessores — debaixo das portas de vários gabinetes.
Mônica também repassou todos os bilhetes recolhidos. São folhas com a foto de Carús, cópia de cheque e texto solicitando que suposta dívida fosse paga. Os bilhetes foram colocados em quatro gabinetes e na sala da Assessoria de Comunicação da casa.
— Queremos transparência, apuração dos fatos, punição aos culpados e colaborar com a investigação — disse Mônica.
O delegado Marcus Viafore, do Deic, que investiga o caso, diz que o material entregue pela presidente da Câmara será analisado.
— Se as ameaças tiverem relação com o fato principal (a extorsão de assessores de Carús), elas serão investigados por nós (Deic) conjuntamente — explicou Viafore.
Em relação à investigação da Divisão Estadual de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do Deic, seis pessoas — incluindo a presidente da Câmara — começaram a ser ouvidas nesta quarta-feira em horários distintos. Outra equipe está analisando documentos e mídias apreendidas. O delegado Marcus Viafore, do Deic, informou que é uma fase de produção de provas e que novos fatos podem surgir, inclusive mudando o rumo de algumas apurações. Por isso, ele disse que não seria prudente dar mais detalhes no momento.
Quanto aos três presos — o vereador e dois ocupantes de cargos em confiança indicados por ele —, Viafore destacou que ainda não tem informação sobre pedido de habeas corpus para eles. Como as prisões são temporárias, o prazo é de cinco dias a contar de terça-feira.