A Marina da Conga, onde 24 lanchas pegaram fogo neste domingo (16), em Porto Alegre, estava com Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) inadequado para aquele tipo de instalação. É o que informa o major Ederson Lunardi, do 1º Batalhão de Bombeiros Militares da Capital, que realizou vistoria no local incendiado. O abrigo dos barcos fica na Ilha das Flores e ainda não se sabe as causas do incêndio, ocorrido na madrugada.
O major explica que a Marina da Conga tem um PPCI simplificado, chamado Programa Simplificado de Proteção contra Incêndios, que costuma ser concedido a propriedades com até 750 metros quadrados de área.
— Acontece que a área ali é maior que 750 metros quadrados e, por isso, cassamos o alvará em vigor. Eles foram notificados para regularizar a documentação do PPCI — pondera Lunardi.
O subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel Lúcio Ruzicki, diz que esse tipo de medida é adotada quando se constata qualquer irregularidade, logo após um sinistro.
Nas áreas maiores, o grau de exigência de equipamentos e de segurança é maior.
O incêndio começou por volta das 3h. Peritos avaliam as possíveis causas. Ainda não foi encontrado indício de ato criminoso, e os especialistas trabalham com duas hipóteses principais. Uma é de que alguma fagulha (até por brasas de churrasco preparado na ilha, por exemplo) possa ter ateado fogo ao combustível de algum barco. Algumas lanchas estavam carregadas com até 200 litros de gasolina. A outra possibilidade cogitada no momento é superaquecimento da bateria de algum dos barcos - a maioria deles conecta fios a tomadas na marina, durante a noite, para carregar a eletricidade e amanhecer apto a navegar.