Um incêndio atingiu 24 lanchas que estavam nas garagens da Marina da Conga, na Ilha das Flores, em Porto Alegre, na madrugada de domingo (16). O fogo teve início perto das 3h.
Vigilantes acionaram o Corpo de Bombeiros, que deslocou três caminhões para atender à ocorrência. Bombeiros voluntários de Eldorado do Sul prestaram auxílio. As chamas foram controladas por volta das 6h30min, mas focos de incêndio ainda permaneceram durante todo o dia próximo aos barcos. Até em torno das 10h, os bombeiros ainda trabalhavam no rescaldo, e agentes da Polícia Civil, na perícia. Pelo menos 24 lanchas ficaram destruídas.
- Foi um incêndio de grandes proporções e, como o material é de fibra, o fogo se alastra rápido, e as embarcações estavam muito próximas. O prejuízo é grande - define o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros do RS, coronel Lúcio Ruzicki.
Há notícia de que alguns frequentadores da marina e voluntários chegaram a sofrer queimaduras leves na tentativa de salvar alguns barcos, mas não há hospitalizados.
Durante todo o dia foi intenso o movimento de proprietários que chegavam para verificar se suas lanchas estavam entre as que foram queimadas. Segundo um associado que frequenta a Marina da Conga há mais de 20 anos, apesar da velocidade com que o incêndio se expandiu, houve tempo para salvar a maioria das embarcações.
As lanchas estariam entre as mais caras aportadas na marina, que abriga mais de 200 embarcações. Uma das que não resistiu às labaredas tinha valor estimado em R$ 500 mil. Outra, adquirida pelo proprietário havia apenas duas semanas, custou cerca de R$ 300 mil.
Até o anoitecer de domingo o responsável pela marina, Jorge Keller, preferia não comentar o episódio, por estar muito abalado. Ele permaneceu o dia envolvido em explicações aos proprietários de barcos e teria inclusive dito que contratou uma perícia particular para verificar as causas do incêndio. A cada um ele prometia que tudo será feito para compensar os prejuízos.
A reportagem falou com alguns dos proprietários, que preferem permanecer no anonimato. Eles calculam que nem 10% das lanchas abrigadas na marina têm seguro. A marina tem um seguro global, mas ninguém informou se ele cobre os prejuízos dos barcos ou apenas os prédios e abrigos em terra.
Fagulha ou sobrecarga em baterias?
As causas do incêndio ainda são desconhecidas, mas GaúchaZH falou com policiais, peritos e especialistas em barcos. Não está descartado que o fogo tenha sido produzido de forma criminosa, mas ainda não foram encontrados indícios nesse sentido. As hipóteses com que se trabalha, no momento, são duas. Uma delas é de fogo provocado por fagulha externa (alguma brasa de churrasco que gere fagulha, por exemplo), que tenha atingido os barcos, alguns dos quais carregados com 200 litros de gasolina. A outra hipótese é superaquecimento das baterias dos barcos.
- As baterias costumam ser recarregadas cada vez que a lancha é atracada em terra. Os fios ficam conectados a tomadas nos postes dos abrigos. Basta um deles pegar fogo para começar um incêndio, já que os barcos todos estão cobertos de lona plástica e são feitos em fibra, material muito inflamável - descreve um especialista que possui embarcação na Marina da Conga.